“A última vontade do homem, a sua vontade do nada”: pessimismo e niilismo em Nietzsche

Revista Trágica

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ISSN: 19825870
Editor Chefe: André Martins
Início Publicação: 31/05/2008
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

“A última vontade do homem, a sua vontade do nada”: pessimismo e niilismo em Nietzsche

Ano: 2012 | Volume: 5 | Número: 2
Autores: João Constâncio
Autor Correspondente: J. Constâncio | [email protected]

Palavras-chave: decadência, niilismo, pessimismo

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Em Para uma Genealogia da Moral, Nietzsche define o niilismo como “a ‘última vontade’ do homem, a sua vontade do nada” (GM/GM, III, ;14). O presente texto sustenta que esta definição é, pelo menos, tão crucial como outras geralmente mais analisadas. Ao ligar o conceito de niilismo com o conceito de “vontade”, tal definição aponta, em primeiro lugar, para a necessidade de se tentar compreender este conceito em conexão com os conceitos schopenhauerianos de “vontade” e de “pessimismo”. Em segundo lugar, aquela definição indicia que, para Nietzsche, o “niilismo” não é propriamente uma “doutrina”, mas um fenômeno “fisiológico”. Deste ponto de vista, o presente texto procura mostrar como o conceito nietzschiano de “decadência” é fundamental para que se compreenda adequadamente o conceito de niilismo. Pensando o niilismo em conexão com os conceitos de pessimismo e de decadência, procuraremos mostrar em que sentido se trata nele de reduzir o mundo a um “nada”.



Resumo Inglês:

In On The Genealogy of Morals, Nietzsche defines nihilism as “the ‘last will’ of man, his will to nothingness” (GM/GM, III, 14). This article argues that this definition is as crucial as others more usually considered. By linking the concept of nihilism to the concept of “will”, this definition first points out the need to understand this concept in connection with Schopenhauer's concept of “will” and “pessimism”. Second, this definition suggests that, for Nietzsche, “nihilism” is not exactly a “doctrine”, but a “physiological” phenomenon. From this point of view, this article seeks to show how the nietzschean concept of “décadence” is fundamental for the proper understanding of the concept of nihilism. By thinking nihilism in connection with the concepts of “pessimism” and “décadence”, I will examine how this concept consists in reducing the world to a “nothingness”.