Este artigo intenta ser uma busca de compreender como as armadilhas sociais vão construindo todas as formas de exclusão, através de seus mais sutis mecanismos de discriminação. No livro em pauta o personagem principal, O Alienista, é um médico que se declina totalmente ao estudo da mente humana, chegando a construir um manicômio, chamado Casa Verde, que desde sua criação e ao longo dos anos permaneceu lotada, com os não poucos loucos da cidade e da região. Ao longo dos acontecimentos pode-se perceber que as Ãnfimas diferenças, inquietudes ou traços ressaltados passam a configurar uma razão para ser colocado na Casa Verde. Toda e qualquer diferença para a ser objeto de estudo da cientificidade do Dr. Simão Bacamarte, até que por fim é ele mesmo que se torna vitima tornado-se sujeito e objeto, concomitantes, de seu próprio estudo. Hilário é percebermos que ele próprio é quem se interna no hospÃcio para se auto estudar, e o faz sempre referendado e respondendo, em nome da ciência. É a partir deste maravilhoso clássico de Machado de Assis, que procuro neste artigo apontar os descaminhos por onde a saúde mental tem andado ao longo desta história até os dias atuais.