O consumo exacerbado pode levar muitos indivÃduos a contraÃrem dÃvidas comprometendo
uma parcela significativa de suas rendas e, em muitos casos, acabando por ser tornarem
inadimplentes. A inadimplência trás consigo efeitos muitas vezes arrasadores tanto do ponto
de vista macroeconômico, aumentando o risco das operações e produtos financeiros, como do
ponto de vista do indivÃduo, ao afetar suas relações sociais, seu estado psicológico e sua vida
familiar. Por outro lado, a maior participação da mulher no mercado de trabalho trouxe uma
maior independência financeira e consequentente maior poder na decisão de consumo e ao
mesmo tempo, maiores responsabilidades sobre o gerenciamento financeiro e nas decisões de
endividamento. Neste sentido, este estudo centrou-se na identificação e análise dos fatores
que afetam na propensão ao endividamento, nas mulheres da Mesorregião Centro Ocidental
Rio-grandense. Assim, este trabalho propõe um modelo estrutural para explorar as relações
entre os fatores determinantes da propensão ao endividamento junto às mulheres da referida
Mesorregião, considerando variáveis que compõem os construtos de STATUS SOCIAL,
PREOCUPAÇÃO, ESTABILIDADE, PRAZER, PODER, ORÇAMENTO, ILUSÃO e MATERIALISMO. Para
isso, foram aplicados 2.500 questionários espalhados estatisticamente entre os 31 municÃpios
que compõem esta Mesorregião. Os dados foram analisados através da metodologia Partial
Least Squares – Path Modeling (PLS-PM). Sumariamente, os resultados sugerem que o construto ENDIVIDAMENTO está associado aos construtos STATUS, PREOCUPAÇÃO e
MATERIALISMO, corroborando com as teorias das Finanças Comportamentais, ao sugerir que
as decisões que envolvem endividamento vão além da simples relação consumo e renda, ou
seja, existem outras variáveis comportamentais que são importantes na hora do indivÃduo
contrair dÃvidas, tais como, o significado que o indivÃduo atribui ao dinheiro e o nÃvel de
materialismo.