CONTEXTUALIZAÇÃO:
A aquisição da marcha é suportada por mudanças no sistema neuromusculoesquelético da criança. a literatura aponta que modificações nas dimensões das estruturas corporais resultantes do crescimento da criança explicam, em parte, o aprimoramento da marcha no primeiro ano de vida.
OBJETIVOS:
Avaliar se mudanças na massa corporal e comprimento da perna modulam o efeito da prática da marcha independente nos seguintes parâmetros da marcha: velocidade e comprimento da passada.
MÉTODO:
Trinta e dois lactentes com desenvolvimento normal foram acompanhados mensalmente a partir da aquisição da marcha independente até seis meses pós-aquisição. Avaliações longitudinais incluÃram mensurações da massa corporal e do comprimento da perna de cada criança. As variáveis temporoespaciais da marcha (velocidade e comprimento da passada) foram documentadas utilizando-se o sistema Qualisys Pro-Reflex (r) . Os dados foram analisados por modelos de regressão multinÃvel, com nÃvel de significância α=0,05.
RESULTADOS:
Encontrou-se um efeito do tempo de prática nas medidas de velocidade (p<0,0001) e comprimento da passada (p<0,0001). a mudança no comprimento da perna teve um efeito marginal na taxa de mudança da velocidade de marcha: crianças cujo crescimento da perna foi mais acelerado apresentaram uma taxa de mudança de velocidade maior (p=0,07). Nenhum outro efeito dos parâmetros antropométricos foi observado.
CONCLUSÕES:
Os resultados sugerem que o tempo de prática promove o aprimoramento do padrão de marcha de lactentes no primeiro ano de vida. Por sua vez, os efeitos do comprimento da perna e da massa corporal de lactentes no tempo permanecem indefinidos.
Palavras-Chave: movimento; antropometria; crianças; marcha
BACKGROUND:
Gait acquisition is supported by changes in the neuromusculoskeletal system of the child. Changes in the dimensions of the body structures resulting from the growth of the child partly explain gait improvement in the first year of life.
OBJECTIVES:
To evaluate whether changes in body mass and leg length modulate the effect of independent gait practice (experience) on gait speed and stride length.
METHOD:
Thirty-two infants with normal development were monitored monthly from the acquisition of independent gait until six months post-acquisition. Longitudinal evaluations included measurements of the body mass and leg length of each child. Temporospatial variables of gait (speed and stride length) were documented using the Qualisys Pro-reflex(r) system. The data were analyzed using multilevel regression models, with a significance level of α=0.05.
RESULTS:
An effect of the practice time on speed (p<0.0001) and stride length (p<0.0001) was observed. The change in leg length had a marginal effect on the rate of gait speed change: children whose leg growth was faster showed a higher rate of speed change (p=0.07). No other effects of anthropometric parameters were observed.
CONCLUSIONS:
The results suggest that the practice time promotes the improvement of the gait pattern of infants in the first year of life. However, the effects of the leg length and body weight of infants on the benefit of practice time remain undefined.
Key words: movement; anthropometry; children; gait