CONTEXTUALIZAÇÃO:
O manuseio de materiais está ainda presente nos setores industriais e é associado a lesões na coluna lombar e membros superiores. A inserção de alças em caixas industriais é uma forma de reduzir os riscos relacionados à tarefa, porém a posição e a angulação das alças, que são fatores importantes para o conforto e segurança durante o manuseio, são ainda pouco investigadas objetivamente.
OBJETIVOS:
Comparar o manuseio de uma caixa comercial e de protótipos com alças e avaliar seus efeitos na postura de membros superiores, atividade elétrica muscular e percepção de agradabilidade em diferentes empunhaduras durante manuseio entre diferentes alturas.
MÉTODO:
Trinta e sete voluntários saudáveis avaliaram as alças dos protótipos que possibilitavam mudança nas posições (superior e inferior) e angulações (0°, 15° e 30º). Os movimentos dos punhos, cotovelos e ombros foram avaliados por meio da eletrogoniometria e inclinometria. A atividade elétrica muscular dos extensores do punho, bÃceps braquial e porção superior do trapézio foi avaliada por um eletromiógrafo portátil. Os registros de movimento e atividade elétrica muscular foram sincronizados. Aspectos subjetivos de agradabilidade foram avaliados por meio de uma escala visual analógica.
RESULTADOS E CONCLUSÕES:
Os protótipos com alças inclinadas em 30° apresentaram as melhores avaliações de agradabilidade, posturas mais neutras de punho, menores nÃveis de atividade eletromiográfica do trapézio superior e menores ângulos de elevação dos braços. Os diferentes métodos de medida se mostraram complementares para a avaliação dos membros superiores durante as tarefas de manuseio.
Palavras-Chave: design ergonômico; usabilidade; eletrogoniometria; eletromiografia; percepção da pega
BACKGROUND:
The handling of materials, which occurs in the industrial sector, is associated with lesions on the lumbar spine and in the upper limbs. Inserting handles in industrial boxes is a way to reduce work-related risks. Although the position and angle of the handles are significant factors in comfort and safety during handling, these factors have rarely been studied objectively.
OBJECTIVE:
To compare the handling of a commercial box and prototypes with handles and to evaluate the effects on upper limb posture, muscle electrical activity, and perceived acceptability using different grips while handling materials from different heights.
METHOD:
Thirty-seven healthy volunteers evaluated the handles of prototypes that allowed for changes in position (top and bottom) and angle (0°, 15°, and 30°). Wrist, elbow, and shoulder movements were evaluated using electrogoniometry and inclinometry. The muscle electrical activity in the wrist extensors, biceps brachii, and the upper portion of the trapezius was measured using a portable electromyographer. The recorded data on muscle movements and electrical activity were synchronized. Subjective evaluations of acceptability were evaluated using a visual analog scale.
RESULTS AND CONCLUSIONS:
The prototypes with handles at a 30° angle produced the highest acceptability ratings, more neutral wrist positions, lower levels of electromyographic activity for the upper trapezius, and lower elevation angles for the arms. The different measurement methods were complementary in evaluating the upper limbs during handling.
Key words: ergonomic design; usability; electrogoniometry; electromyography; grip perception