Neste artigo, discute-se a atuação do professor de Educação FÃsica na Educação Infantil, mediante a centralidade que vem assumindo o corpo da criança na aprendizagem, influenciada pelas atuais pesquisas em neurociências e perspectiva ecológica. Todavia, este reconhecimento ainda não ocorreu, haja vista as ausências tanto destes profissionais nas instituições de ensino da infância, quanto das habilitações em Educação Infantil nas licenciaturas em Educação FÃsica. O presente artigo tem por objetivo problematizar a pertinência da formação deste profissional junto à educação infantil, cuja base teórica crê na indissocialidade corpo/mente e relevância da corporeidade e da ludicidade, associadas à importância de um profissional qualificado, que tem como objeto fundamental o estudo da motricidade humana. Adota como paradigma central a perspectiva multinÃvel (ecológica) que vê a criança como resultante dos vários sistemas o que deriva num conceito de infância temporal/atual, no qual as escolhas da e para a infância estão influenciadas pela publicidade e consumo (preferências alimentares, imagem corporal). A metodologia de cunho qualitativo e descritivo ancora-se em análise documental, nas grades curriculares de uma escola pública e outra privada e nas ferramentas conceituais do Ministério da Educação - MEC e do programa da rede municipal de Cuiabá. Como resultado, desvela a importância da Educação FÃsica para promover o desenvolvimento integrado da criança e a retomada das experiências motoras e jogos da infância – hoje prejudicados. Conclui pela necessidade de provocar o debate e o interesse pessoal da atuação deste professor na educação infantil e legitimar, junto a sociedade, o papel imprescindÃvel dele junto à s crianças, hoje sedentárias.