Apoiados na fecunda filosofia foucaultiana, objetivou-se com este estudo compreender como o corpo pode constituir-se capital por meio da ação do biopoder, um poder que atua sobre o corpo e a vida e mobiliza e impulsiona as sociedades contemporâneas. Considerou-se que essa condição perpassa por investimento em identidades culturais, fruto de uma série de mudanças do mundo globalizado e apontou-se a existência do indivÃduo apenas como um efeito de poder, uma materialidade que se exerce sobre o corpo. Para ilustrar essa discussão, trouxe-se um exemplo empÃrico baseado em dados secundários: os discursos dos super-heróis da vida real e a compreensão de como práticas de consumo produzem sujeitos embasados em um tipo de poder orientado para vida. Nossa conclusão aponta para um biopoder reconfigurado e atuante que investe no corpo como objeto de polÃtica.