Nos últimos anos assistimos a um boom de reality shows na mÃdia e na produção acadêmica especializada no tema. Permanece, entretanto, uma lacuna epistemológica quanto à s técnicas e estéticas (relacionadas a sua vez à s gramáticas televisuais) que a TV utiliza nesses programas para enunciar sentidos éticos ao seu próprio voyeurismo, que vai muito além dos reality shows, tendo repercussões sobre o imaginário social de transparência e vigilância, e sobre o redesenho do espaço público e do espaço privado. Nessa lacuna o artigo situa o debate dos reality shows brasileiros na perspectiva das gramáticas televisuais.