Este artigo, cujo foco é a cidade do Cairo e seus modos de coexistência sectária, busca compreender a Primavera Ãrabe a partir da leitura de uma ética e uma estética construÃdas e constituÃdas no próprio desenrolar do processo revolucionário. Seu objetivo, menos que explicar os acontecimentos recentemente deflagrados em alguns dos paÃses do chamado “Oriente Médioâ€, é refletir sobre os sentidos e as disputas, os desejos e as demandas ali evocadas. No seu recorte, a espacialidade torna-se elemento de fundamental importância. E a hipótese é que os espaços de partilha, em que se amalgamam conflitos e contratos, tecem uma (est)ética que é a somatória de um desejo e de uma necessidade. A abordagem teórica, a partir de aspectos ressaltados por reflexões de cunho pós-colonialista e pelos chamados “Estudos Culturais Ãrabesâ€, nos levam à ideia de que a rua, um espaço de partilha no contexto árabe, possa ser um operador teórico que contribui para a compreensão de uma prática polÃtica cuja lógica não exclui o conflito e não nega a necessidade de se encontrar formas de convivência. É esta a prática que se vê acontecer tanto em uma imagem-sÃmbolo, propagada pela Al Jazeera, como também na própria ocupação
da Praça Tahrir.
This paper, which focuses on the city of Cairo and the forms of sectarian coexistence, seeks to understand the Arab Spring based on the reading of an ethics and an aesthetics constructed and constituted in the very course of the revolutionary process. Its purpose, rather than just explaining the events which had recently unfolded in some of the countries of the so-called “Middle East,†is to reflect on the meanings and disputes, the desires and demands evoked there. In this context, spatiality is an element of fundamental importance. The assumption underlying this paper is that spaces of sharing, in which conflicts and contracts merge, make up an aesthetics/ethics that is the sum of a desire and a need. The theoretical approach, based on aspects underscored by post-colonialist reflections and by the so-called “Cultural Arab Studiesâ€, leads us to the idea that the street, a space of sharing in the Arab context, can be a theoretical operator that contributes to the understanding of a political practice whose logic does not exclude conflict and does not deny the need to find ways of coexistence. This is the practice that is seen both in a symbol-image, broadcast by Al Jazeera, and in the very occupation of Tahrir Square.
Este artÃculo, que se centra en la ciudad de El Cairo y sus modos de convivencia sectaria, busca comprender la Primavera Ãrabe desde la lectura de una ética y estética construidos y constituidos en el curso del proceso revolucionario. Su objectivo, a menos que explicar los acontecimientos desencadenados recientemente en algunos de los paÃses del "Oriente Medio", es reflexionar sobre el significado y los
conflictos, los deseos y las demandas planteadas allÃ. En su corte, espacialidad se convierte en una cuestión de importancia fundamental. Y se supone que los espacios de participación en que se unen los conflictos y contratos, tenen una (est)ética, que es la suma de un deseo y una necesidad. El enfoque teórico, sobre la base de los aspectos destacados por los reflejos impronta postcolonial y los llamados "estudios culturales árabes", nos lleva a la idea de que la calle, un espacio compartido en el contexto árabe, puede ser un operador teórico que contribuye a la comprensión de la práctica polÃtica, cuya
lógica no excluye el conflicto y no niega la necesidad de encontrar formas de vivir juntos. Esta es la práctica que se ve pasando tanto en una imagen-sÃmbolo, difundida por Al Jazeera, asà como en la propia ocupación de la Plaza Tahrir.