O artigo propõe uma análise dos processos constituintes promovidos pelos povos boliviano e equatoriano na última década. Em busca disso, serão abordadas as particularidades desses processos sob o prisma das Teorias CrÃticas, a partir dos elementos trazidos pelo marxismo de Mariátegui, o ecossocialismo de Michel Löwy e o descolonialismo de Enrique Dussel, no escopo de contribuir na construção de Ecossocialismo Indoamericano plasmado numa Epistemologia do Sul, que fortaleça reflexões comprometidas com as transformações sociopolÃticas da América Latina, especialmente, aquelas vinculadas à perspectiva dos movimentos indÃgenas e camponeses. Resumidamente, pode-se afirmar que da análise desses processos constituintes emerge a possibilidade de uma transformação significativa da tradição jurÃdico-polÃtica moderna, sobretudo, no que se refere à participação dos povos indÃgenas e à influência marcante das suas perspectivas contra-hegemônicas na elaboração dos respectivos textos constitucionais, especialmente, no tocante à proteção dada aos bens comuns da humanidade e ao reconhecimento e defesa dos seus territórios.