Este artigo tem por objetivo apresentar questões ao debate corrente nas Ciências Sociais sobre juventudes, localizando-as nas sociedades marcadas pela centralidade da informação e do conhecimento. Constitui um estudo teórico em que se pretende o diálogo com a sociologia configuracional de Norbert Elias e com as epistemologias do Sul de Boaventura de Sousa Santos. Retiramos desses dois autores pistas para formulação de caminhos para a pesquisa com e sobre jovens, dentre as quais destacamos: o habitus social, a desnaturalização dos processos sociais e conhecimentos deles advindos e as interdependências, a partir de Elias; a percepção da diversidade através de uma ecologia de saberes, a interpretação das intersubjetividades através de uma escuta profunda e a valorização das experiências através do registro das memórias dos sujeitos pesquisados, a partir de Santos. Praticamos, então, um exercÃcio teórico de construção de questionamentos que podem contribuir para a amplitude de nossa ação social investigativa com e sobre jovens, reconhecendo-os não como um problema social, mas como sujeitos sociais que demandam reconhecimento polÃtico, cultural e social.