O presente artigo tem por objetivo discutir a noção de sociedade civil, hegemonia e revolução passiva nos pensamentos de Antônio Gramsci e sua relação com a necessidade de implantação da justiça ambiental. O conceito de sociedade civil na visão gramsciana aparece como o conjunto de organismos designados vulgarmente como “privadosâ€, formada pelas organizações responsáveis tanto pela elaboração quanto pela difusão das ideologias, compreendendo assim o sistema escolar, as igrejas, os sindicatos, os partidos polÃticos, as organizações profissionais, a organização material da cultura, enquanto que o conceito de hegemonia surge no seio da tradição marxista como resposta à s novas configurações sociais. Apesar de ter suas origens na social-democracia russa e de estar presente no pensamento de Lênin, esse conceito foi desenvolvido de modo mais elaborado por Gramsci. O conceito de “revolução passivaâ€, “revolução-restauração†ou “transformismo†é categoria fundamental que Gramsci utiliza para compreender a formação do Estado burguês moderno na Itália (partindo dos fatos do Risorgimento, que culminaram na unificação nacional), para definir os traços fundamentais da passagem do capitalismo italiano para a etapa de capitalismo monopolista e para apontar o fascismo como forma de “revolução passivaâ€. É a partir desse entendimento que utilizaremos o conceito de “revolução passiva†para discutir a praticização dos princÃpios de justiça ambiental, haja vista que este conceito se aplica a diversos episódios da história, bem como de um modo mais geral, a transição do modelo industrial de desenvolvimento capitalista ao sistema capitalista de desenvolvimento sustentável. Consiste-se em uma revisão bibliográfica a partir da obra de Gramsci, onde pode-se concluir que os movimentos que clamam por justiça ambiental no Brasil e no mundo, mitigado pela sociedade civil através de um processo de revolução passiva, fundamentado na inserção da dignidade humana e do meio ambiente como objetivos fundamentais do Estado, propõem um novo modelo de desenvolvimento sustentável, mas sobretudo equitativo.
This article aims to discuss the notion of civil society, hegemony and passive revolution in the thoughts of Antonio Gramsci and its relation to the need for implementation of environmental justice. The concept of civil society in Gramsci's view appears as a group of organisms commonly designated as “privateâ€, formed by the organizations responsible for drafting much as the dissemination of ideologies, so understanding the school system, the churches, trade unions, political parties, professional organizations, material culture of the organization, while the concept of hegemony arises within the Marxist tradition as a response to new social settings. Despite its origins in the Russian social democracy and to be present at the thought of Lenin, this concept was developed in a more elaborated by Gramsci. The concept of “passive revolutionâ€, “revolution–restoration†or “evolutionism†is crucial category that Gramsci uses to understand the formation of the modern bourgeois state in Italy (starting from the facts of the Risorgiment o, which culminated in the national unification), to define the fundamental features of the passage of Italian capitalism to step monopoly capitalism and to point fascism as a form of “passive revolutionâ€. It is from this understanding that we use the concept of “passive revolution†to discuss pratics the principles of environmental justice, given that this concept applies to many episodes of the story, as well as more generally, the transition from the industrial model capitalist development of the capitalist system of sustainable development. It consists in a literature review from the work of Gramsci, where it can be concluded that the movements that call for environmental justice in Brazil and the world, mitigated by civil society through a process of passive revolution, based on the insertion of dignity human and the environment as key goals of the state, propose a new model of sustainable development, but above all fair.