O artigo realiza um breve mapeamento dos sistemas de videovigilância chamados “inteligentesâ€. Tais sistemas são programados para detecção automatizada e em tempo real de situações consideradas irregulares e/ou suspeitas em ambientes especÃficos, de modo a prever e prevenir eventos indesejáveis. Três aspectos serão focalizados: 1) O regime de visibilidade em curso, atento à captura de irregularidades; 2) O tipo de categorização dos corpos vigente nestes sistemas, voltado para a superfÃcie da conduta humana; 3) A temporalidade destas câmeras, cujo caráter proativo pretende antever e intervir em eventos futuros. Compreendendo a videovigilância inteligente como um sistema sociotécnico, ressaltam-se procedimentos e discursos que identificam não apenas o funcionamento deste aparato, mas também os modos especÃficos de controle e vigilância nele implicados. Neste sentido, este texto é uma espécie de contramanual do dispositivo aqui em foco.