O PrÃncipe, escrito em 1513 e publicado em 1531, quatro anos depois da morte de Nicolau Maquiavel (1469-1527), após mais de cinco séculos de sua redação continua sendo reproposto permanentemente por meio de várias traduções, nem sempre coerentes com o texto de 1513. De fato, como constatou Marques (2006, p.41), o Maquiavel de O PrÃncipe ainda continua sendo apresentado como “um professor do malâ€. Ao contrário, porém, do que afirma o senso comum, o secretário florentino não foi maquiavélico.
Neste artigo, por meio do estudo direto de O PrÃncipe com o texto em italiano de 1513 (MACHIAVELLI, 1988), e com o auxÃlio da tradução de Maria Lucia Cumo (MAQUIAVEL, 1996), analisaremos as conexões em O PrÃncipe entre inteligência polÃtica e manutenção virtuosa do poder, sustentando que O PrÃncipe não é um livro amoral, nem imoral, mas de moral polÃtica da manutenção inteligente do poder segundo o que Maquiavel compreende por virtudes polÃticas.