Este artigo busca elementos consoantes e dissonantes entre a linguagem bÃblica e Assim falava Zaratustra. Para tanto, reconstrói a perspectiva semântica da BÃblia efetivada por Jean Ladrière em A articulação do sentido (1977) para, a partir disso, considerar a não tematização da retórica, por este, como ensejo a uma caracterização persuasiva da linguagem bÃblica que desmistifica o estatuto da palavra revelada. Zaratustra, por fim, é caracterizado como um texto que se opõe à palavra revelada, na medida em que aquele evidencia e esta encobre a autoria.