O presente trabalho é um relato de uma pesquisa qualitativa realizada com adolescentes em conflito com a lei. Foram entrevistados sete adolescentes que cumpriam medida socioeducativa de privação de liberdade. O objetivo era compreender os fatores envolvidos na reinternação a partir do ponto de vista dos próprios adolescentes. Nestes casos estudados, observou-se que a famÃlia não representa fator de risco, ao contrário da convivência com o grupo de amigos. O cumprimento da medida possui um caráter repressivo e punitivo ao invés do pretendido caráter educativo promulgado pelo ECA. Os adolescentes colocam o futuro sob duas óticas contrárias: ora como possibilidade de reinvenção da identidade longe dos atos infracionais, ora como ausência de perspectivas de renda e trabalhos dignos.