Se o doméstico inscreve noções de feminilidade seria possÃvel que os homens se identificassem também com este espaço? PoderÃamos afirmar que existem homens donos de casa? O esforço deste artigo é o de tentar situar a problemática de gênero em torno das percepções, comportamentos e experiência masculinas na unidade doméstica. O estudo problematizou os discursos e narrativas produzidos pelos processos culturais que atribuem o espaço da casa à mulher deixando fora deste domÃnio comportamentos e ações masculinas acerca de suas experiências na dinâmica da casa. Partimos do pressuposto de que, há uma onipresente hierarquia e assimetria quanto ao trabalho executado dentro de casa. Alguns homens conseguem dilatar o olhar para a importância das atividades domésticas e que tais atividades são importantes e necessárias. Contudo, não nos parecem incorporado à concepção de que as lidas domésticas dizem respeito também a eles. Para a maioria dos homens pesquisados as lidas domésticas quando realizadas por eles vem carregadas de simbologia nas quais são incorporadas atitudes de “ajudaâ€, “favorâ€, “assistênciaâ€, “apoio†ou “auxÃlioâ€. Além de vir incorporada uma conotação de ser um trabalho “natural†das mulheres.