No presente artigo ressaltamos o debate paradigmático como método de interpretação e
proposição que que caracteriza o desenvolvimento territorial. Tendo o campo como
referência, destacamos o Paradigma do Capitalismo Agrário (PCA) e o Paradigma da
Questão Agrária (PQA). O primeiro, parte da compreensão de que o capitalismo é uma
totalidade, propondo soluções para o combate à pobreza dentro desse modo de produção.
O segundo, parte da defesa dos povos do campo que não produzem relações capitalistas,
propondo sua emancipação. Mostramos como as análises sobre o desenvolvimento
territorial feitas no PCA se embasam em critérios como a descentralização administrativa, a
busca pelo consenso entre os grupos sociais e a inexistência do conflito. Por outro lado, as
análises que são feitas no PQA partem da consideração da luta de classes como um fator
estrutural do capitalismo, entendendo que o reconhecimento dessa conflitualidade é
fundamental para o desenvolvimento dos territórios onde vivem as populações subalternas.
In this article we highlight the paradigmatic debate as a method of interpretation and
proposition which characterizes the territorial development. Taking the countryside as a
reference we highlight the Paradigm of Capitalism Agrarian (PCA) and the Paradigm of
Agrarian Question (PQA). The PCA believes that capitalism is a totality, proposing solutions
to combat poverty within this mode of production. The PQA defends the peoples of the
countryside that do not produce capitalist relations, proposing their emancipation. We show
how analyzes of territorial development is done in PCA underlie on criteria such as
administrative decentralization, the search for consensus among social groups and the
absence of conflict. Moreover, the analyzes that are made in consideration of the PQA run
classes as a structural factor of capitalism struggle , understanding that the recognition of
this conflict is critical to the development of the territories where the subaltern populations
live.