Refletir sobre a linguagem, entendida como um campo de
luta pela hegemonia polÃtico-cultural. A partir de uma perspectiva
teórica de inspiração gramsciana, pretende-se mostrar que o
procedimento tÃpico da hegemonia burguesa é a subordinação das
falas populares ao discurso monológico oficial (M. Bakhtin). Mostrase,
em contrapartida, que a organização de uma cultura contrahegemônica
envolve esforço de historização daquilo que se impõe,
ideologicamente, como uma verdade eterna. Nessa perspectiva,
analisa-se um episódio de grande repercussão mundial, envolvendo
um representante emblemático do que se pode chamar de “monopólio
da falaâ€: o locutor de programas esportivos Galvão Bueno. Busca-se
identificar, na resistência popular a seu discurso, uma fala
carnavalizante que zomba da ordem dominante e das idéias
cristalizadas.