O crescente terreno psicológico da gestão do crime e desordem tem tido um impacto transformador sobre a utilização das tecnologias de monitorização eletrônica. As tecnologias de vigilância, tais como monitoração eletrônica (ME), biométrica e vigilância por câmeras floresceram em ambientes comerciais que vendem os benefÃcios das tecnologias associais na gestão de comportamentos desordenados e que, apesar de promessas de prevenção de crimes, muitas vezes quiméricas, apelam para a imaginação social ontologicamente insegura. A ME se expandiu na justiça criminal apesar de, na melhor das hipóteses, haver provas equÃvocas de que protege o público e reduz a reincidência. Desenvolvimentos inovadores em Portugal, Argentina e nos Estados Unidos reimaginaram as tecnologias de ME como dispositivos mais personalizados que podem apoiar as vÃtimas, em vez de controlar os agressores. Estes desenvolvimentos representam uma reconceitualização da utilização da tecnologia além do prisma neoliberal das teorias de escolha racional e pensamento orientado para o agressor que influenciaram os primeiros pensamentos sobre a ME. Este artigo identifica as influências sociopolÃticas que ajudaram a conceitualizar os primeiros pensamentos sobre a ME, como, em primeiro lugar, uma sentença comunitária e, mais tarde, como uma técnica de segurança urbana. O artigo critica tentativas de teorizar o papel e função das tecnologias de vigilância ME no âmbito e além da justiça criminal, explorando a contribuição das perspectivas de vitimologia para a utilização da ME 2.0.
The increasingly psychological terrain of crime and disorder management has had a transformative impact upon the use of electronic monitoring technologies. Surveillance technologies such as electronic monitoring - EM, biometrics, and video surveillance have flourished in commercial environments that market the benefits of asocial technologies in managing disorderly behavior and which, despite often chimerical crime prevention promises, appeal to the ontologically insecure social imagination. The growth of EM in criminal justice has subsequently taken place despite, at best, equivocal evidence that it protects the public and reduces recidivism. Innovative developments in Portugal, Argentina and the United States have re-imagined EM technologies as more personalized devices that can support victims rather than control offenders. These developments represent a re-conceptualization of the use of the technology beyond the neoliberal prism of rational choice theories and offender-oriented thinking that influenced first generation thinking about EM. This paper identifies the socio-political influences that helped conceptualize first generation thinking about EM as, firstly, a community sentence and latterly, as a technique of urban security. The paper reviews attempts to theorize the role and function of EM surveillance technologies within and beyond criminal justice and explores the contribution of victimological perspectives to the use of EM 2.0.