Até o final de Idade Média a teologia foi estabelecida por meio do aparato conceitual da filosofia, propiciando a construção de uma sÃntese entre o mundo natural e o mundo supranatural, entre razão e fé, gerando uma cultura unificada que repousa sob o domÃnio atemporal e a-histórico de Cristo. Na Modernidade, a teologia assumiu os novos paradigmas do conhecimento, adaptando-se ao modelo cartesiano e positivista, imposto como verdade fundamental. Não há preocupação com um projeto que aponte para um diálogo permanente, que discuta as consequências para o método teológico e para a elaboração de uma teologia que dialogue com nossa realidade sociocultural. Como reveladora e intérprete da condição humana a literatura oferece questionamentos para uma teologia que, partindo do humano desumanizado de nossas sociedades, seja capaz de mudar de registro e viver o divino, em lugar de apenas procurar aprisioná-lo na jaula da racionalidade.