O presente artigo tem como foco de análise principal o estudo de uma cidade Amazônica brasileira, Benjamin Constant, localizada numa área de trÃplice fronteira (Brasil, Peru e Colômbia). A partir de um breve estudo sobre os campesinos de Retama Kamatatsuri busca-se entender as relações sociais que se concretizam no espaço e produzem conflitos não somente no sentido material, mas nas relações de poder e das práticas sociais que se projetam no território. A referida comunidade se evidencia por apresentar uma população de origem peruana indÃgena com peculiaridades em contexto religioso, conhecidos na região como grupo Israelita. A princÃpio a presença destes gerou um clima de tensão entre os citadinos de Benjamin Constant, pois a imagem que se divulga destes campesinos nos meios de comunicação em massa os relaciona a plantadores de maconha ou coca, a “imagem da fronteiraâ€. Porém, o que se observou na realidade em Benjamin Constant é a presença cada vez mais pujante de um clima de tolerância e reciprocidade, que se estabelece através de atividades cotidianas e do perfil destes no trabalho agrÃcola familiar intenso.