Traduzido ao português, em 1982, Ser escravo no Brasil, de Kátia de Queirós Mattoso, apresentou sÃntese da escravidão no Brasil, do aprisionamento do cativo na Ãfrica até sua eventual libertação, no Brasil, pela alforria e pela Abolição. Seguindo as grandes teses de Gilberto Freyre, de 1933-36, o livro restringiu a resistência ao cativo incapaz de adaptar-se à sociedade brasileira paternalista, que lhe prometia mesa farta, pouco trabalho e raramente castigo. O trabalho deslocava a resistência-oposição pela integração consensual entre exploradores e explorados que teria garantido a paz social no paÃs. O presente artigo ensaia crÃtica geral sumária a esse trabalho clássico, de ampla influência em nossa historiografia especializada.