Este artigo analisa o funcionamento do vocativo. Para isso considera este funcionamento no modo como se configura a cena enunciativa. A análise procura mostrar como o vocativo, enquanto modo de projeção de um lugar social de alocutário, funciona a partir de uma terceira pessoa (um ELE). Nesta medida o vocativo, segundo o que aqui se faz, mostra que a constituição da relação entre um EU e um TU se faz a partir de uma relação entre um EU e um ELE. Esta análise sustenta, então, a posição segundo à qual a constituição do sentido é histórica e não dialógica.