Partindo de uma análise de base lexical, orientada pelos parâmetros teórico-metodológicos da semiótica de linha francesa, em sua interpretação tensiva, a intenção deste artigo é a de examinar os pontos de semelhança, mas sobretudo os de divergência, na emergência do sentimento de compaixão ou piedade. Para isso, iniciaremos com uma investigação pautada pelas definições dicionarizadas de diferentes lÃnguas neolatinas, para delas depreender os semas constituintes de cada um desses núcleos passionais, bem como os elementos do seu processo de configuração discursiva. Interessa, ao desdobrar a estrutura sintáxica subjacente a cada um dos lexemas-afetos, compreender o que, a partir de uma mesma cena predicativa, determina dois modos de interação afetiva distintos: um mais sensÃvel, próprio a um “sentir comâ€, outro mais inteligÃvel, tÃpico de um “sentir porâ€.