Este artigo tem por objetivo analisar certo episódio do romance Grande
Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, comumente conhecido e denominado como
julgamento de Zé Bebelo, pensando-o como alegoria de momento singular da história
republicana nacional, buscando refletir a respeito das convulsões polÃtico-institucionais
que marcaram a passagem do Império para a República, na qual atraso e modernidade
ocupavam seus papéis, encarnando respectivamente uma nostálgica ordem imperial e
progressista ordem republicana. Pretende-se, enfim, compreender até que ponto o
espaço conformado em Grande Sertão: Veredas alegoriza a confrontação entre as
dimensões rural e urbana contrastantes na tentativa de estabelecerem sua identidade,
num momento de transição polÃtica e ideológica para a nação
This article aims to analyze certain episode of the novel Grande Sertão:
Veredas, of João Guimarães Rosa, commonly known and called as the trial of Zé
Bebelo, thinking it as an allegory of the singular moment of national republican history,
trying to think about the political and institutional convulsions that marked the
transition from Empire to Republic, where backwardness and modernity took their roles
respectively embodying a nostalgic imperial order and progressive republican order. It
also aims to finally understand the extent to which the space conformed in Grande
Sertão:Veredas allegorizes the confrontation between rural and urban dimensions,
which contrast each other by attempting to establish their identity at a time of political
and ideological transition for the nation