LuÃs Xavier de Jesus, africano de nação jeje, viveu e trabalhou na Bahia na primeira metade do século XIX até poucos meses após a Revolta dos Malês, ocorrida em janeiro de 1835, quando então foi preso e deportado para a Costa da Ãfrica, por supostamente ter se envolvido no levante escravo.2 Chegando do outro lado do Atlântico foi recepcionado, juntamente com outros africanos deportados no mesmo contexto, por Francisco Félix de Souza, o Xaxá de Uidá, um rico brasileiro, negociante de escravos que se estabeleceu na costa africana fazendo fortuna através o comércio ilegal de cativos. A deportação de LuÃs Xavier de Jesus e de tantos outros libertos aconteceu num clima de preocupação com “o futuro da nação†brasileira, que havia nascido há pouco mais de uma década e sob o qual pairavam dúvidas, incertezas, discursos e propostas de solução para o suposto problema do contingente de negros no paÃs. Em 1823, durante a Assembleia Constituinte, parlamentares já se pronunciavam sobre o direito de cidadania que pudesse ser estendido aos libertos, como o deputado pernambucano Francisco Muniz Tavares, que com o “medo da haitianizaçãoâ€, no Brasil liderou os debates parlamentares da época, se mostrando a favor do repúdio à igualdade cidadã. 3 LuÃs Xavier de Jesus tentou durante pelo menos 20 anos regressar à Bahia a fim de liquidar seus bens e prometia voltar para a costa africana assim que o fizesse, mas por diversos motivos, seu regresso à provÃncia não foi autorizado, e é principalmente sobre este aspecto que recai a análise deste trabalho.
LuÃs Xavier de Jesus, an African man, from jeje nation, lived and worked in
Bahia in the first half of 19th century until some months after the Muslims rebellion,
occurred in January of 1835, when he was arrested and deported to Africa Coast, for
supposing have been involved in the slavery insurrection. Arriving in the other side of the
Atlantic Ocean, he was received, together with other deported Africans in the same
context, by Francisco Félix de Souza, the Xaxá of Uidá, a rich Brazilian man, an slavery
trader that had fixed in African coast making money through the illegal slave trade. The
deportation of LuÃs Xavier de Jesus and so many freedmen happened in a climate of
preoccupation with the “future of the Brazilian nationâ€, that was born in little more than
a decade and under it floated doubts, uncertainness, discourses and proposals of solution
for the supposed problem of the negro contingent in the country. In 1823, during the
Constituent Assembly, parliament men already pronounced about the citizenship right
that could be extended to freedmen as the deputy from Pernambuco, Francisco Muniz
Tavares, that with the “afraid of what happened in Haitiâ€, in Brazil lead the parliamentary
debates at that time, showing be in favor of the repudiation of the equality citizenship.
LuÃs Xavier de Jesus tried for at least 20 years to go back to Bahia in order to liquidate
his business and promised to go back to African coast as soon as he had done it, but
because of various reasons, his regress to the state was not authorized, and it is mainly
about this aspect that is focused the analysis of this work