No Medievo, a morte possui um estatuto jurÃdico, uma personalidade. Ao mesmo tempo, o fenômeno encontra-se inserido num processo cultural, fruto das relações sociais e de poder. Neste artigo, refletiremos sobre o aparato teórico-metodológico no tratamento do tema e apresentaremos os êxitos e as dificuldades sobre os debates a respeito do Poder e da Historiografia sobre a Morte na Idade Média. Para exemplificar como o fenômeno encontra-se inserido nas relações sociais e de poder, discutiremos a concepção de morte dos quatro últimos reis Portugueses pertencentes a dinastia Afonsina e como as expressões das últimas vontades dos monarcas legitimaram o seu papel perante o estrato social. Analisaremos o perÃodo compreendido entre o reinado de D. Dinis à Fernando I, cujos óbitos aconteceram respectivamente em 1325 e 1383.
In the Middle Ages, death has a legal status, a personality. At the same time, the
phenomenon is inserted in a cultural process, the result of social relations and power. In this article,
we reflect on the theoretical and methodological apparatus in the treatment of the subject and
present the successes and difficulties of the debates about the Power and the Historiography of
Death in the Middle Ages. To exemplicar as the phenomenon is inserted in social relations and
power, discuss a death's conception to the last four Portuguese kings belonging to the dynasty
Afonsine and as the expressions of the last wills of monarchs a way to legitimize and valorize
their character in front of the social status. We analysis of the period between the reign of King D.
Dinis to Ferdinand I, whose deaths occurred respectively in 1325 and 1383.