Definida como ciência geral dos signos, a Semiótica peirceana tem por objeto os processos de significação que constituem a linguagem, não se ocupando, a princÃpio, com a obra de arte literária, de modo especÃfico. Decorre daà que essa teoria não oferece, aos que se dedicam ao estudo do texto poético ou de ficção, um modelo de análise voltado para suas caracterÃsticas particulares. Trata-se antes, nas palavras de Pignatari (1979, p.9), de “uma ciência que ajuda a ler o mundoâ€â€“ aà incluÃdo, obviamente, o mundo das palavras, entre outros signos –, mas tal leitura não possui uma gramática ou um método, no sentido tradicional destes termos. A passagem dessa visão teórica geral para a prática da bordagem semiótica da literatura nem sempre se dá sem dificuldades. Mesmo a existência, entre nós, de autores que têm realizado brilhantemente essa aplicação, não significa que a trilha por eles aberta possa ser seguida sem percalços.