Este trabalho tem o objetivo de descrever o scrap como gênero digital, com base nos conceitos de gênero de Bakhtin ([1953]1997) e de Marcuschi (2000). Trabalhar com esses dois pontos de vista é relevante porque nos dá sustento para estudar a maleabilidade dos gêneros, principalmente os digitais, que parecem mudar com muito mais rapidez que os da mÃdia impressa. Com base em um mapeamento que fizemos dos padrões genéricos que aparecem no scrapbook, verificamos que, além do recado propriamente dito, outros gêneros foram suscitados, como o anúncio, a carta-corrente, a notÃcia etc. Isso nos instigou a trabalhar com a hipótese de que o scrap do Orkut é um gênero em emergência, cuja constituição se dá pelo fenômeno das mesclas de gêneros, já que propicia a materialização de enunciados diversos, em virtude de caracterÃsticas hipertextuais intrÃnsecas ao ambiente multimodal da web.