A presente refl exão pretende aproximar da problemática complexa da
relação clero e leigo na Igreja. Essa distinção construÃda na longa temporalidade
resultou, em muitos casos, numa dicotomia entre as lideranças eclesiais e
o conjunto do povo cristão. Seguindo esquemas antigos de poder que dualiza de
modo natural e divino os detentores de sacralidade e de superioridade em relação
aos não sagrados e destituÃdos de poder, o clericalismo foi sendo construÃdo e
ainda persiste nas práticas eclesiais atuais. A refl exão levanta essa problemática,
expõe o processo de construção da dicotomia, apresente uma tipologia das leituras
equivocadas sobre a questão e conclui com indicações de modos de superação.
Ainda que a distinção clero e leigo estruture a organização eclesial, ela pode e
deve fundar no serviço e não no poder. A reforma inadiável da Igreja convocada
pelo Papa Francisco exigirá renovação tanto das mentalidades quanto das práticas
pastorais e canônicas que regem a práxis ministerial na mesma Igreja. A vida eclesial
organizada em pequenas comunidades possibilita formas de vivência ministerial
que superam as dicotomias e legitimam unicamente o serviço.
The present refl ection pretends to approach on the complex problematic
relationship between the clergy and the laity in the church. This distinction
built on long temporality resulted, in many cases, a dichotomy between Church leaders and the entire Christian people. Following ancient model of power that
dichotomies natural and divine way, the holders of sacredness and superiority
to not sacred and powerless, clericalism was being built and still persists in
the current ecclesial practices. The present refl ection raises the problem and
exposes the process of building the dichotomy and brings out a typology of
equivocal readings on the issue and concludes with modes of indications of
overcoming it. . Still clergy and laity distinct on structures in the ecclesial
organization, it can and must be based on service and not in power. The urgent
reform of the Church convened by Pope Francisco will require renovation
both in attitudes as well as in the pastoral and canonical practices in governing
the ministerial practice in the Church. The ecclesial life organized in small
communities is the possibility of new forms of ministerial experience that
surpass the dichotomies and only legitimates service.