De perseguidas a fatais: personagens femininas, sexo e horror na literatura do medo brasileira

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Editor Chefe: Comissão Editorial
Início Publicação: 31/12/2009
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

De perseguidas a fatais: personagens femininas, sexo e horror na literatura do medo brasileira

Ano: 2015 | Volume: 1 | Número: 6
Autores: Júlio França, Daniel Augusto P. Silva
Autor Correspondente: J. França, D. A. P. Silva | [email protected]

Palavras-chave: literatura gótica, literatura do medo, sadismo, perversões sexuais, sexualidade,

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As temáticas sexuais e a figura feminina são sistematicamente exploradas pelas narrativas de horror. Desde a literatura gótica no século XVIII, a mulher é retratada em situações associadas à morte e ao medo. Nessas histórias, é recorrente o tópos da damsel in distress, isto é, a presença de uma personagem feminina que é vítima dos mais diversos tipos de violência, física e/ou psicológica. Já no século XIX, as representações da mulher na literatura se tornam mais diversificadas. No Romantismo, ganha força a femme fatale e o sexo é encarado como conflito entre alma e corpo. Se durante a literatura romântica tal mulher é idealizada e constitui uma ameaça emocional, no fin-de-siècle ela representa um perigo eminentemente físico. No final do XIX, ela encarna a busca por independência e a contestação do domínio masculino. Este trabalho pretende apresentar um panorama dessa transformação na literatura do medo brasileira, tomando como demonstração as seguintes obras: Noite na taverna (1855), de Álvares de Azevedo; A ilha maldita (1879), de Bernardo Guimarães; “Palestra a horas mortas” (1898), de Medeiros e Albuquerque; “O bebê de tarlatana rosa” (1910), de João do Rio; e “Noites brancas” (1920), de Gastão Cruls.



Resumo Inglês:

Sexual themes and the female figure are systematically exploited by the horror literature. Since the Gothic fiction in the eighteenth century, women are represented in frightening and deadly situations. The Damsel in Distress − a female character who is the victim of various types of violence − is a common tópos in these stories. In the nineteenth century, women’s representation in the literature become more diversified. In Romanticism, the Femme Fatale appears more frequently, and sex is seen as a conflict between soul and body. If during the Romantic literature woman is idealized and perceived as an emotional threat, in the fin-de-siècle narratives she represents a physical danger. In the late nineteenth, she embodies the search for independence, and challenges male domination as well. Therefore this paper aims at presenting an overview of this transformation in the Brazilian literature of fear from Álvares de Azevedo’s Noite na Taverna (1855), Bernardo Guimarães’s A Ilha Maldita (1879), Medeiros e Albuquerque’s “Palestra a horas mortas” (1898), João do Rio’s “O bebê de tarlatana rosa” (1910) and Gastão Cruls’s “Noites brancas” (1920).