Novas práticas culturais da escrita, novas perspectivas da Crítica Textual: rumo às hiperedições

Revista Filologia e Linguística Portuguesa

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ISSN: 2176-9419
Editor Chefe: Prof. Dr. Sílvio de Almeida Toledo Neto
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística

Novas práticas culturais da escrita, novas perspectivas da Crítica Textual: rumo às hiperedições

Ano: 2014 | Volume: 16 | Número: 1
Autores: Patrício Nunes Barreiros
Autor Correspondente: P. Nunes Barreiros | [email protected]

Palavras-chave: Crítica textual, hiperedição, cultura escrita, acervo de escritor, Eulálio Motta

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O advento da informática e seus desdobramentos, na segunda metade do século XX, trouxeram consigo um novo paradigma para a cultura escrita, possibilitando, pela primeira vez, a existência do texto fora de uma superfície física. Trata-se, portanto, de uma nova condição dos textos que redimensionou as suas práticas culturais de produção, circulação e apropriação (Chartier, 2001). A filologia não está alheia a esse novo contexto sócio-cultural e os filólogos têm tirado proveito das potencialidades que a informática e o meio digital oferecem para a edição de textos, principalmente, daqueles que foram escritos e difundidos no âmbito da cultura manuscrita e/ou impressa. Jerome McGann (1997) utilizou o termo HyperEditing para designar as edições que os filólogos estão produzindo em meio digital. Esse tipo de edição constitui-se numa hipermídia capaz de agregar imagem, som e movimento no mesmo espaço, além de outras características peculiares à linguagem informática. Nesse artigo, busca-se discutir como a Crítica Textual está se adaptado a essa mudança de paradigma através de novos modelos de edições. O estudo apresentado aqui é parte da fundamentação teórico-metodológica aplicada na Hiperedição dos Panfletos de Eulálio Motta, www.eulaliliomotta.com.br (Barreiros, 2013).



Resumo Inglês:

The advent of computer technology and its developments in the second half of the twentieth century was responsible for a new paradigm for the writing culture, enabling, for the first time, the existence of the text outside a physical surface. It is, therefore, a new condition of texts which has changed the cultural practices, production, circulation and appropriation of the text (Chartier, 2001). Philology is not oblivious to this new socio-cultural context and philologists have taken advantage of the potentialities that information technology and digital media provide for the editing of texts, especially of those that have been written and disseminated within the manuscript and/or printed culture. Jerome McGann (1997) used the term HyperEditing to name the editing that philologists are producing in digital media. This type of editing is a hypermedia which makes it possible to put image, sound and movement together in a same space, and other specific characteristics of computer language. In this article, I intend to discuss how textual criticism is being adapted to this paradigm shift through new editing models. This study is part of the theoretical and methodological framework developed for the pamphlets hyperediting of Eulalio Motta, www.eulaliliomotta.com.br (Barreiros, 2013).