Esse artigo pretende discutir como a obra de Clarice Lispector aproxima-se do gênero ficção cientÃfica que tanto apreço goza entre o público juvenil na atualidade. O caráter imaginativo e especulativo das histórias dessa autora, comumente interpretado como mÃstico ou metafÃsico, apresenta elementos do repertório do gênero de massa, incorporados parodisticamente aos seus enredos, mas voltados para o despertar da consciência crÃtica do leitor. Utilizando bibliografia especÃfica sobre o fantástico, o texto propõe um olhar diferente sobre suas narrativas. As conclusões são surpreendentes, revelando uma Clarice menos hermética e mais contemporânea, cujas leituras védicas encontram tradução nas abordagens recentes desses conceitos pela literatura e pelo cinema, o que pode despertar no jovem o interesse pelo conhecimento da obra desta importante autora da literatura brasileira.