O artigo se propõe a problematizar os atravessamentos entre educação em Ciências e Biologia e a abordagem das diversidades sexuais e de gêneros na escola. Tomamos como base as análises produzidas em uma pesquisa com professoras de Ciências e Biologia sobre gêneros não-binários. As análises inspiram-se nos estudos pós-críticos, que nos possibilitam lidar com as ciências, a educação, os gêneros e sexualidades como categorias históricas, sociais e culturais, constituídas nos jogos de poder e de linguagem. Sobretudo, direcionamos nosso olhar para currículos e conteúdos curriculares: tanto os forjados na cisheteronormatividade, que assumem narrativas científicas e ditas neutras, quanto os que desestabilizam conhecimentos e práticas normativas e anunciam outras relações, gêneros e sexualidades. Apostando no questionamento e na provocação, arriscamo-nos a ensaiar possibilidades para pensar as relações entre os currículos de ciências e biologia, as narrativas acerca dos gêneros e das sexualidades e a produção de experiências de estudantes e docentes.