“JÁ VIU UMA COBRA?” COMO OS GESTUANTES DE ADAMOROBE NARRAM UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL

Revista Espaço

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ISSN: 25256203
Editor Chefe: Wilma Favorito
Início Publicação: 31/12/1989
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Linguística, Área de Estudo: Multidisciplinar

“JÁ VIU UMA COBRA?” COMO OS GESTUANTES DE ADAMOROBE NARRAM UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL

Ano: 2021 | Volume: Especial | Número: 56
Autores: Marta Morgado
Autor Correspondente: Marta Morgado | [email protected]

Palavras-chave: literatura em língua de sinais, narrativa de experiência pessoal, incorporação, língua de sinais de aldeia, língua de sinais de adamorobe, sign language literature, personal experience narrative, constructed action, village sign language

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Narrativas de experiências pessoais são produzidas espontaneamente por surdos em conversas informais. Mesmo quando o conteúdo não é explicitamente sobre ser surdo, o facto de ser contado em língua gestual torna-o parte legítima da literatura das línguas gestuais. As narrativas completas possuem uma estrutura tripartida, dividida em introdução, desenvolvimento e conclusão. Normalmente, a ação segue uma curva, com o seu pico num clímax. Além da referência inicial ao tempo e espaço, as personagens são apresentadas e participam no enredo. As línguas gestuais costumam usar a incorporação para materializar as personagens. Nas línguas gestuais africanas, poucas narrativas de experiências pessoais têm sido estudadas em relação ao seu conteúdo, exceto referências a tópicos, principalmente na língua gestual da aldeia de Adamorobe, no Gana. No presente trabalho, uma análise de narrativas sobre ataques de cobras produzidas na Língua Gestual de Adamorobe por dois surdos ilustra como essas histórias se estruturam internamente e recorrem à incorporação.



Resumo Inglês:

Personal experience narratives are produced spontaneously by deaf people in informal conversations. Even when the content is not explicitly about being deaf, the fact of being told in sign language makes it an authentic part of sign language literature. Complete narratives have a tripartite structure, divided in introduction, development and conclusion. Typically, the action follows a curve, with its peak on a climax. Besides initial reference to time and space, characters are presented and participate in the plot. Sign languages often use constructed action to materialize characters. In African sign languages, few personal experience narratives have been studied in relation to their content, except for references to topics, mainly in the village sign language of Adamorobe, Ghana. In the current work, an analysis of narratives about snake attacks, produced in Adamorobe Sign Language by two deaf signers, illustrate how these stories are internally structured and recur to constructed action.