Considerando que as línguas de sinais podem ser analiConsiderando-se que as línguas de sinais podem ser analisadas sob as óticas morfológicas, fonológicas, semânticas, sintáticas, lexicais, pragmáticas e discur-sivas (QUADROS e CRUZ, 2011) e levando-se em conta que o fonoaudiólogo é o profissional responsável pela (re)habilitação da linguagem, a perspectiva bilíngue tem emergido como um novo paradigma na terapêu-tica fonoaudiológica com sujeitos surdos (LACERDA, NAKAMURA e LIMA, 2000; COSTA, 2010). A abordagem bilíngue “propõe tornar acessível à criança surda duas línguas no contexto escolar” (GUARINELLO, 2007, p. 45). Portanto, o foco do trabalho fonoaudiológico na es-cola especializada para surdos deve girar em torno do atendimento fonoaudiológico com vistas a: (a) fomen-tar a aquisição da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua; e (b) possibilitar o aprendizado da língua portuguesa, sobretudo na modalidade escri-ta, como segunda língua. Evidentemente, o fonoaudi-ólogo também participará de trabalhos junto à equipe pedagógica, objetivando a construção de possibilidades educacionais que visem ao desenvolvimento acadêmi-co dos estudantes surdos. Baseando-se em uma abor-dagem qualitativa de análise, o objetivo da pesquisa ora apresentada é expor algumas experiências promissoras do trabalho fonoaudiológico realizado em uma escola de surdos na cidade de Salvador/BA. De fato, as crianças surdas da escola de surdos podem ser beneficiadas com o atendimento fonoaudiológico na vertente bilín-gue, levando-se em conta que a maioria dessas crianças não tem adquirido a Libras como primeira língua, por serem filhas de pais ouvintes. É de suma importância que o fonoaudiólogo nesse contexto educacional seja fluente e proficiente em Libras. Além disso, é relevante elucidar à equipe pedagógica que o discurso não deve estar desvinculado da prática no tocante à educação bilíngue.