Este artigo tem como objetivo analisar os desafios e as potencialidades do processo de alfabetização e letramento nos primeiros anos do Ensino Fundamental, com ênfase nos efeitos decorrentes da pandemia de Covid-19. A discussão baseia-se na distinção conceitual entre alfabetização e letramento, conforme defendido por Magda Soares, e incorpora as contribuições de Emília Ferreiro sobre a aprendizagem da escrita enquanto processo construtivo. A análise também considera dados recentes que evidenciam retrocessos na aprendizagem, como o aumento do número de crianças não alfabetizadas e as desigualdades no acesso à educação durante o ensino remoto. Os resultados ressaltam a necessidade urgente de implementação de políticas públicas voltadas à recuperação das aprendizagens e à formação contínua dos docentes, bem como à adoção de práticas pedagógicas relevantes que integrem o ensino do código escrito às práticas sociais de leitura e escrita. O estudo destaca a importância de uma abordagem que promova uma alfabetização que letras e um letramento que alfabetize, levando em consideração as múltiplas linguagens e contextos escolares do cenário pós-pandêmico.