Objetivo: A sífilis, causada pelo Treponema pallidum, de transmissão sexual ou vertical, é responsável pela sífilis congênita. Destaca-se por seus números expressivos e por se tratar de doença evitável, de tratamento simples e de baixo custo. O presente trabalho tem como objetivo análise de tendência da sífilis congênita, no estado da Bahia de 2008 a 2017, relacionando os dados obtidos com a implantação de ações governamentais no âmbito da saúde materno-infantil. Métodos: Trata-se de um estudo observacional descritivo retrospectivo, no qual foi analisada a tendência dos casos de sífilis congênita no Estado da Bahia contidos em documentos oficiais. Resultados: Dentre os indivíduos diagnosticados com sífilis congênita, 69,5% das mães haviam realizado o pré-natal em 2008, enquanto esta porcentagem subiu para 78% em 2017. Neste período, apenas 4,2% das gestantes diagnosticadas com sífilis realizaram o tratamento adequadamente, enquanto 77,3% não realizaram ou realizaram inadequadamente. O tratamento dos parceiros ocorreu em somente 12% dos casos. Conclusão: O expressivo número de casos associado às graves consequências em decorrência desta infecção estrutura-se como um alerta à qualidade da assistência prestada à mulher, principalmente no pré-natal. Para que esta assistência ocorra de maneira adequada é necessário que haja melhoria em relação à cobertura da atenção básica, disponibilidade de exames e medicamentos para o tratamento, assim como o tratamento dos parceiros.
Introduction: Syphilis, caused by the bacterium Treponema pallidum, with sexual and vertical transmission, is responsible for congenital syphilis. It stands out for its significant numbers and for being a preventable disease, with low-cost and straightforward treatment. The objective of this manuscript is to analyze the trend of congenital syphilis in the state of Bahia from 2008-2017, relating the data with the implementation of government actions on maternal and child health. Methods: This is a retrospective, descriptive, observational study, which analyzed the trend of congenital syphilis cases in the state of by means of official documents. Results: Among individuals diagnosed with congenital syphilis in 2008, 69.5% of the mothers had prenatal care, while in 2017 this rate increased to 78%. During this period, only 4.2% of pregnant diagnosed with syphilis received the treatment adequately, while 77.3% did not or did inappropriately. Treatment of partners in this period corresponded to only 12%. Conclusion: The significant number of cases associated with the severe consequences of this infection are a warning to the quality of care provided to women, especially in prenatal care. There is a need for improvement in primary care coverage, available tests, and remedies for treatment, as well as treatment of partners.