ANTÍTESES, DÍADES, DICOTOMIAS NO JOGO ENTRE MEMÓRIA E APAGAMENTO PRESENTES NAS NARRATIVAS DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS: UM OLHAR PARA O INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS (1856/1961)

Revista Espaço

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Telefone: (21) 2285-7546
ISSN: 25256203
Editor Chefe: Wilma Favorito
Início Publicação: 31/12/1989
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Linguística, Área de Estudo: Multidisciplinar

ANTÍTESES, DÍADES, DICOTOMIAS NO JOGO ENTRE MEMÓRIA E APAGAMENTO PRESENTES NAS NARRATIVAS DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS: UM OLHAR PARA O INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS (1856/1961)

Ano: 2009 | Volume: Especial | Número: 31
Autores: Solange Maria da Rocha
Autor Correspondente: Solange Maria da Rocha | [email protected]

Palavras-chave: memória, surdos, história, instituição, educação especial

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este trabalho buscou identificar os efeitos de narrativas dicotomizadas para a história da educação de surdos, tendo como campo de investigação o Instituto Nacional de Educação de Surdos. Apresento uma análise de como o Instituto vem sendo narrado pela produção bibliográfica que se consolidou no campo da educação de surdos, a partir dos anos noventa. A década de 1950, por exemplo, é apresentada, por esses autores, no âmbito estrito do debate linguístico – entre os defensores do ensino através da língua de sinais e os defensores do ensino através da língua oral – de modo antitético e em defesa do ensino através dos sinais. Este percurso de narrativa crítica vem assumindo uma perspectiva de história-tribunal numa lógica de opressores (ouvintes/oralistas) versus oprimidos (surdos/gestualistas). Alguns pioneiros da educação de surdos, dentre eles o francês Jean-Marie Gaspard Itard (1755-1838), são apresentados hoje como anacrônicos em seus tempos por não corresponderem às ideias desse corpo teórico. Considero que a centralidade que essas críticas vêm assumindo opera inúmeros apagamentos e compromete a percepção das interações do campo com o da educação geral. Para a investigação, foram utilizadas fontes de natureza documental e iconográfica além de entrevistas. A compreensão dos processos de memória e história se apoiou, principalmente, em Halbwachs (2006), Le Goff (2003) e Duby (1993). O estudo apontou que não foi a educação de surdos que não dialogou com a educação regular ou com as políticas nacionais. O que não tem havido é pesquisa sobre esses diálogos.