APRESENTAÇÃO - ESTUDOS SOBRE CORPO, GÊNERO, SEXUALIDADE E CURRÍCULO

Revista Espaço do Currículo

Endereço:
Via Expressa Padre Zé - S/N - Cidade Universitária
João Pessoa / PB
58900-000
Site: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec
Telefone: (83) 3043-3170
ISSN: 1983-1579
Editor Chefe: Maria Zuleide Pereira da Costa
Início Publicação: 29/02/2008
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação

APRESENTAÇÃO - ESTUDOS SOBRE CORPO, GÊNERO, SEXUALIDADE E CURRÍCULO

Ano: 2015 | Volume: 8 | Número: 2
Autores: Alfrancio Ferreira Dias; Maria Eulina Pereira de Carvalho
Autor Correspondente: Alfrancio Ferreira Dias | [email protected]

Palavras-chave: Educação. Currículo. Políticas de currículo

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As questões de Corpo, Gênero, Sexualidades vêm ganhando espaço nas análises e pesquisas educacionais, embora não com o ritmo ou a forma como estudiosas(os) feministas desejam e esperam. Questões e temáticas diversas, sob distintas perspectivas teóricas e enfoques metodológicos, situadas no campo da educação formal e não formal, concernentes a uma variedade de sujeitos, vêm sendo priorizadas e assumidas por educadores e educadoras, pesquisadores e pesquisadoras, espalhados em diversas universidades, escolas, núcleos e grupos de estudos de várias regiões do País. Nesse contexto, a organização deste Número Temático sobre Estudos sobre Corpo, Gênero, Sexualidade e Currículo da Revista Espaço do Currículo do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Curriculares (GEPPC), vinculado ao CNPq e ao Programa de Pós- Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal da Paraíba, constituiu-se num desafio e numa oportunidade de atender à demanda de socialização do conhecimento por meio da publicação de uma amostra de artigos sobre a abordagem da diferença no campo educacional, contribuindo para ampliar, desconstruir e ressignificar o debate, num momento em que distintos grupos se posicionam a favor e contra a inclusão dessas questões no currículo. Os textos aqui reunidos procuram estabelecer um diálogo com a multifacetada produção da área, a partir de diferentes posições disciplinares e teóricas e escolhas de objeto de estudo. Nesse sentido, reunimos estudos e pesquisas que analisam práticas formativas formais e não formais que abordam as questões sobre corpo, gênero e sexualidades em todos os níveis educacionais, bem como sua incorporação nos currículos escolares e não escolares e de formação de professores e professoras. A Seção Especial, de autoria da pesquisadora espanhola Alejandra Montané López, apresenta o texto “Transversalidad de Género: educación, formación y empleabilidad”, em que discorre sobre a situação da mulher na educação formal (básica e superior) e na formação profissional e continuada. Ao apontar o currículo oculto na escolarização e na formação e orientação profissional das mulheres, a autora destaca a importância da transversalidade de gênero na educação e da perspectiva de gênero na coeducação, já que, embora sejam quantitativamente bem sucedidas no sistema educacional, as mulheres continuam em situação de desigualdade na educação profissional e superior e no mundo do trabalho. Considerando que a empregabilidade é um conceito situado, e que múltiplos eixos de diferença atravessam os sujeitos e impactam suas possibilidades de desenvolvimento laboral, argumenta que a nova e complexa realidade do trabalho requer novos olhares, saberes e habilidades complexas, como as femininas. Enfim, propõe e explicita um modelo formativo, baseado em competências laborais informadas pela perspectiva de gênero. A seção de artigos conta com seis textos que propõem refletir e analisar diferentes dimensões das temáticas do corpo, gênero, sexualidade e currículo. No primeiro artigo, intitulado “Entre o que se sabe e o que se faz: como os/as docentes têm se posicionado diante de práticas excludentes de gênero no contexto escolar?”, Ana Cristina Batista de Souza Rosa, Daiane Lins da Silva Firino e Maria Eulina Pessoa de Carvalho discutem a formação continuada de docentes na temática de gênero e as possibilidades de mudanças na prática docente. As autoras analisaram como os/as cursistas do Curso de Especialização Gênero e Diversidade na Escola - GDE têm se posicionado no contexto escolar diante do desafio de desconstruir práticas excludentes de gênero. E concluem que se faz necessária uma maior reflexão por parte dos/das docentes para que se posicionem criticamente diante de práticas excludentes de gênero. Na sequência, no artigo “Educação, gênero e sexualidade: percursos e instabilidades do fazer-se pesquisadora/pesquisador-professora/professor”, Fernanda Figueredo dos Santos e Marcos Lopes de Souza apresentam e discutem as provocações, os conflitos e os prazeres do produzir-se como docente e pesquisador/a em uma intervenção pedagógica sobre corpo, gênero e sexualidade realizada na disciplina de Ciências em uma turma de Educação de Jovens e Adultos no município de Jequié-BA. Identificam questionamentos e processos de vigilância quanto ao gênero e à sexualidade do/a docente que se “arrisca” a discutir a temática, e a exigência de um padrão heterossexual da/o professora/professor. Por outro lado, mostram como a intervenção influenciou algumas/alguns discentes em direção ao reconhecimento das diferenças e das consequências advindas dos processos discriminatórios, como a homofobia. Por sua vez, o artigo “Gênero e formação docente: reflexões de uma professora”, de autoria de Jeane Félix, traz reflexões tecidas ao longo de sua trajetória como docente e como assessora técnica em órgãos da gestão federal, responsável por acompanhar ações de formação docente inicial e continuada, em diferentes cidades e regiões do país. A autora argumenta sobre a importância de incorporar a perspectiva de gênero na atuação docente, a partir de dimensões de saber-fazer, num esforço teórico-prático para formar professores/as capazes de intervir em situações de violência, desrespeito, preconceito. E mostra que existem desafios de diversas ordens a serem enfrentados conjuntamente pelas instituições de ensino superior, pelas políticas públicas e pelos/as próprios/as docentes visando a construção/invenção de espaços educativos mais plurais e menos desiguais. Em “Tu é menino, tu vai brincar de boneca, é?!” Relações de gênero na Educação Infantil”, Francisca Jocineide da Costa e Silva, Adenilda B. Alves de Morais, Karina Ingredy Leite da Silva e Maria Eulina Pessoa de Carvalho apresentam alguns resultados de um estudo realizado em um Centro de Referência de Educação Infantil (CREI) do município de João Pessoa-PB. A partir de observações e entrevistas, as autoras identificaram contradições e ambiguidades nos discursos e práticas das educadoras, as quais demonstram que possuem conhecimento da necessidade de tal política e prática, porém, ainda separam e discriminam as crianças por sexo e gênero. Concluem que, desde a gestão até a docência, falta conhecimento teórico sobre a problemática das relações de gênero e, consequentemente, sobre a importância de uma política curricular comprometida com a superação das desigualdades. Em seguida, o artigo “Marcas e aprendizagens da heteronormatividade em filmes infantis”, de Helma de Melo Cardoso, Anselmo Lima de Oliveira e Alfrancio Ferreira Dias, aborda a trilogia Toy Story com foco nas discussões do conceito de heteronormatividade. Com base numa análise ilustrada dos enredos e personagens, os autores argumentam que os filmes apresentam naturalizações dos comportamentos femininos e masculinos, demarcando padrões de comportamento de gênero socialmente aceitos, desde a separação de brinquedos de meninos e meninas até os papéis sexuais atribuídos a homens e mulheres. Em contraposição, percebem também que os filmes criam um espaço de subversão e de mudança nas configurações de gênero dentro do padrão heteronormativo. Fechando a seção artigos, Isaura Isabel Conte, no texto “Sexualidade e saúde na percepção do Movimento de Mulheres Camponesas”, aborda a concepção de sexualidade e saúde na perspectiva de mulheres do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). Para tanto, considera fundamentalmente a inserção das militantes em processos formativos, seus aprendizados e experiências coletivas nas lutas que desencadeiam e sustentam numa organização camponesa e feminista. A autora destaca que as mulheres camponesas estão se movendo da normatização à emancipação, modificando modos de pensar sobre si mesmas, seus corpos e sua sexualidade, rompendo estereótipos seja com relação ao corpo de mulher da roça, seja com relação aos atuais padrões de corpo feminino impulsionados pelo consumismo. Este número da REC apresenta a resenha intitulada “Menina ou menino? A construção social das identidades de gênero” de autoria de Francisca Jocineide da Costa e Silva. A autora resenha a obra Meninos e meninas: aprendendo sobre masculinidades e feminidades (2009) de autoria da pesquisadora do Reino Unido Carrie Paechter, que reflete, de modo amplo e detalhado, sobre as construções das identidades de gênero desde o nascimento até a juventude, sobretudo nos espaços familiares e escolares. Segundo Silva, a obra contribui para explicitar as construções e aprendizagens das identidades de gênero em diversas faixas etárias, sobretudo no espaço escolar, evidenciadas como um processo contínuo, inicialmente regulado por adultos até serem internalizadas pelos/as adolescentes como verdades; e para reforçar que as construções de identidades de gênero binárias e dicotômicas são socioculturais e podem ser transformadas, oferecendo várias sugestões de intervenções pedagógicas. A seção Socialização de Pesquisas PIBIC/PROLICEN é contemplada com o texto “Trajetória dos Núcleos de Estudos da Mulher e Relações de Gênero integrantes da REDOR”, de autoria de Mayanne Júlia Tomaz Freitas e Maria Eulina Pessoa de Carvalho. Nesta pesquisa, as autoras recuperam a trajetória e a memória dos núcleos e grupos de estudos de gênero articulados à Rede Feminista Norte e Nordeste de Estudos e Pesquisas sobre Mulher e Relações de Gênero - REDOR. Argumentam sobre a importância da criação de núcleos, grupos e redes de pesquisa focados na temática para legitimar um novo campo de conhecimento, destacando a contribuição da REDOR para as regiões Norte e Nordeste, uma vez que propicia o intercâmbio de conhecimentos, no contexto da luta pela equidade de gênero. Por fim, são incluídos três resumos de trabalhos de conclusão de cursos de graduação focados nas temáticas do número, que ilustram o desenvolvimento de estudos sobre corpo, gênero e sexualidade na formação superior, particularmente na formação inicial docente: “É bom aprender”: discussões sobre gênero e diversidade sexual nos livros didáticos da educação de jovens e adultos”, de Francisca Jocineide da Costa e Silva; “Autoconceito de gênero em crianças da educação infantil”, de Karina Ingredy Leite da Silva; e “Ih!!! tem “viado, sapata...” Gênero e suas novas expressões na escola. E o que x pedagogx tem a ver com isso!!!? Uma análise na formação inicial de educandxs do Curso de Pedagogia/UFPB campus I nas temáticas de gênero e diversidade sexual”, de Antonis Pereira da Silva. Vistos em seu conjunto, os textos deste número proporcionam ao leitor um manancial de temas sobre os estudos sobre corpo, gênero, sexualidade e currículo, deixando entrever a riqueza desse campo de reflexão e sua capacidade de integrar diferentes domínios e de abrir o leque para uma multiplicidade de enfoques empíricos, deixando ao/a leitor/a pistas para retomar as questões teóricas à luz das diferentes realidades aqui tratadas. Consideramos que a exploração dessas temáticas no currículo constitui um desafio para todos/as interessados/as na produção de conhecimentos comprometidos com os direitos humanos e com valores inclusivos, criando um campo discursivo para a análise da contribuição desses estudos para uma cultura de pluralidade e igualdade na escola e além dela. Em todas as experiências relatadas faz-se presente o imaginário que revela o desejo de sermos outros/as em outro mundo, ou até mesmo de estar na fronteira, alargando-a. Boa leitura!



Resumo Inglês:

The issues of Body, Gender, Sexualities have been gaining ground in educational analysis and research, although not with the rhythm or the way that feminist scholars desire and hope. Diverse issues and themes, under different theoretical perspectives and methodological approaches, situated in the field of formal and non-formal education, concerning a variety of subjects, have been prioritized and assumed by educators, researchers and researchers, spread across several universities, schools , nuclei and study groups from various regions of the country. In this context, the organization of this Thematic Number on Studies on Body, Gender, Sexuality and Curriculum of the Revista Espaço do Curriculum of the Study and Research Group on Curricular Policies (GEPPC), linked to the CNPq and the Graduate Program in Education (PPGE) of the Federal University of Paraíba, constituted a challenge and an opportunity to meet the demand for knowledge socialization through the publication of a sample of articles on the approach to difference in educational field, contributing to broaden, deconstruct and reframe the debate, at a time when different groups are and position for and against the inclusion of these issues in the curriculum. The texts gathered here seek to establish a dialogue with the multifaceted production of the area, from different disciplinary and theoretical positions and choices of object of study. In this sense, we bring together studies and research that analyze formal and non-formal training practices that address issues of body, gender and sexualities at all educational levels, as well as their incorporation in school and non-school curricula and in the training of teachers. The Special Section, authored by the Spanish researcher Alejandra Montané López, presents the text “Transversalidad de Género: educación, formación y empleabilidad”, in which she discusses the situation of women in formal education (basic and higher) and in professional and continuing education . Then, in the article “Education, gender and sexuality: paths and instabilities of becoming a researcher / researcher-teacher / teacher”, Fernanda Figueredo dos Santos and Marcos Lopes de Souza present and discuss the provocations, conflicts and pleasures of producing as a teacher and researcher in a pedagogical intervention on body, gender and sexuality carried out in the discipline of Sciences in a group of Youth and Adult Education in the city of Jequié-BA. They identify questions and surveillance processes regarding the gender and sexuality of the teacher who "risks" discussing the theme, and the demand for a heterosexual standard of the teacher / teacher. On the other hand, they show how the intervention influenced some / some students towards the recognition of differences and consequences arising from discriminatory processes, such as homophobia. In turn, the article “Gender and teacher education: reflections of a teacher”, by Jeane Félix, brings reflections woven throughout her career as a teacher and as a technical advisor in federal management bodies, responsible for monitoring training actions initial and continued teaching, in different cities and regions of the country. The author argues about the importance of incorporating the gender perspective in teaching, based on dimensions of know-how, in a theoretical-practical effort to train teachers capable of intervening in situations of violence, disrespect, prejudice. And it shows that there are challenges of different orders to be faced jointly by higher education institutions, public policies and by teachers themselves, aiming at the construction / invention of more plural and less unequal educational spaces. In "You're a boy, are you going to play with dolls, are you ?!" Gender relations in Early Childhood Education ”, Francisca Jocineide da Costa e Silva, Adenilda B. Alves de Morais, Karina Ingredy Leite da Silva and Maria Eulina Pessoa de Carvalho present some results of a study carried out in a Child Education Reference Center (CREI ) in the municipality of João Pessoa-PB. Based on observations and interviews, the authors identified contradictions and ambiguities in the educators' speeches and practices, which demonstrate that they are aware of the need for such a policy and practice, however, they still separate and discriminate children by sex and gender. They conclude that, from management to teaching, there is a lack of theoretical knowledge on the issue of gender relations and, consequently, on the importance of a curriculum policy committed to overcoming inequalities. Then, the article “Brands and learnings of heteronormativity in children's films”, by Helma de Melo Cardoso, Anselmo Lima de Oliveira and Alfrancio Ferreira Dias, addresses the Toy Story trilogy with a focus on discussions of the concept of heteronormativity. Based on an illustrated analysis of the plots and characters, the authors argue that the films present naturalizations of female and male behaviors, demarcating socially accepted gender behavior patterns, from the separation of toys from boys and girls to the sexual roles attributed to men and women. women. In contrast, they also realize that films create a space for subversion and change in gender settings within the heteronormative pattern. Closing the articles section, Isaura Isabel Conte, in the text “Sexuality and health in the perception of the Movement of Peasant Women”, addresses the concept of sexuality and health from the perspective of women in the Movement of Peasant Women (MMC). To this end, it considers fundamentally the insertion of the militants in training processes, their learning and collective experiences in the struggles that trigger and sustain in a peasant and feminist organization. The author points out that peasant women are moving from standardization to emancipation, changing ways of thinking about themselves, their bodies and their sexuality, breaking stereotypes both in relation to the woman's body in the fields, and in relation to current female body standards. driven by consumerism. This issue of REC presents the review entitled “Girl or boy? The social construction of gender identities ”by Francisca Jocineide da Costa e Silva. The author reviews the work Boys and girls: learning about masculinities and femininities (2009) by the UK researcher Carrie Paechter, who reflects in a broad and detailed way on the construction of gender identities from birth to youth, especially in family and school spaces. According to Silva, the work contributes to explain the constructions and learning of gender identities in different age groups, especially in the school space, evidenced as a continuous process, initially regulated by adults until they were internalized by the adolescents as truths; and to reinforce that the constructions of binary and dichotomous gender identities are socio-cultural and can be transformed, offering several suggestions for pedagogical interventions. The Socialization of PIBIC / PROLICEN Research Socialization section is covered with the text “Trajectory of the Women's Studies and Gender Relations Centers that are members of REDOR”, authored by Mayanne Júlia Tomaz Freitas and Maria Eulina Pessoa de Carvalho. In this research, the authors recover the trajectory and memory of the nuclei and groups of gender studies articulated to the North and Northeast Feminist Network of Studies and Research on Women and Gender Relations - REDOR. They argue about the importance of creating research groups, groups and networks focused on the theme to legitimize a new field of knowledge, highlighting the contribution of REDOR to the North and Northeast regions, since it allows the exchange of knowledge, in the context of the struggle for gender equity. Finally, three summaries of papers concluding undergraduate courses focused on the themes of the number are included, which illustrate the development of studies on body, gender and sexuality in higher education, particularly in initial teacher education: “It is good to learn”: discussions about gender and sexual diversity in the textbooks of youth and adult education ”, by Francisca Jocineide da Costa e Silva; “Gender self-concept in early childhood children”, by Karina Ingredy Leite da Silva; and “Hey !!! it has “viado, sapata ...” Gender and its new expressions at school. And what does x pedagogx have to do with it !!!? An analysis of the initial training of students of the Pedagogy Course / UFPB campus I on the themes of gender and sexual diversity ”, by Antonis Pereira da Silva. Seen as a whole, the texts in this issue provide the reader with a wealth of themes on the studies on body, gender, sexuality and curriculum, showing the richness of this field of reflection and its ability to integrate different domains and open the range for a multiplicity of empirical approaches, leaving the reader with clues to return to theoretical questions in the light of the different realities discussed here. We consider that the exploration of these themes in the curriculum constitutes a challenge for everyone interested in the production of knowledge committed to human rights and inclusive values, creating a discursive field for the analysis of the contribution of these studies to a culture of plurality and equality at school and beyond. In all the experiences reported, the imaginary that reveals the desire to be others in another world, or even to be on the border, making it wider is present. Good reading!



Resumo Espanhol:

Los temas de Cuerpo, Género, Sexualidades han ido ganando terreno en el análisis e investigación educativa, aunque no con el ritmo o la forma en que las académicas feministas desean y esperan. Diversos temas y temas, bajo diferentes perspectivas teóricas y enfoques metodológicos, situados en el campo de la educación formal y no formal, en relación con una variedad de temas, han sido priorizados y asumidos por educadores, investigadores e investigadores, distribuidos en varias universidades y escuelas. , núcleos y grupos de estudio de diversas regiones del país.En este contexto, la organización de este Número temático sobre estudios sobre cuerpo, género, sexualidad y currículo de la Revista Espaço do Curriculum del Grupo de estudio e investigación sobre políticas curriculares (GEPPC), vinculado a El CNPq y el Programa de Posgrado en Educación (PPGE) de la Universidad Federal de Paraíba, constituyeron un desafío y una oportunidad para satisfacer la demanda de socialización del conocimiento a través de la publicación de una muestra de artículos sobre el enfoque de la diferencia en campo educativo, contribuyendo a ampliar, deconstruir y replantear el debate, en un momento en que diferentes grupos están y posición a favor y en contra de la inclusión de estos temas en el plan de estudios. Los textos reunidos aquí buscan establecer un diálogo con la producción multifacética del área, desde diferentes posiciones disciplinarias y teóricas y opciones de objeto de estudio. En este sentido, reunimos estudios e investigaciones que analizan las prácticas formales y no formales de capacitación que abordan cuestiones de cuerpo, género y sexualidad en todos los niveles educativos, así como su incorporación en los planes de estudio escolares y no escolares y en la capacitación de docentes. La Sección Especial, escrita por la investigadora española Alejandra Montané López, presenta el texto “Transversalidad de género: educación, formación y empleabilidad”, en el que analiza la situación de las mujeres en la educación formal (básica y superior) y en la educación profesional y continua. In pointing out the hidden curriculum in schooling and in the training and professional guidance of women, the author highlights the importance of gender mainstreaming in education and the gender perspective in coeducation, since, although they are quantitatively successful in the educational system, women continue in situations of inequality in vocational and higher education and in the world of work. Considering that employability is a situated concept, and that multiple axes of difference cross subjects and impact their possibilities of job development, he argues that the new and complex reality of work requires new looks, knowledge and complex skills, such as women. Finally, it proposes and makes explicit a formative model, based on job skills informed by the gender perspective. The articles section has six texts that propose to reflect and analyze different dimensions of the themes of the body, gender, sexuality and curriculum. In the first article, entitled “Between what is known and what is done: how have teachers been positioned before gender-exclusionary practices in the school context?”, Ana Cristina Batista de Souza Rosa, Daiane Lins da Silva Firino and Maria Eulina Pessoa de Carvalho discuss the continuing education of teachers in the theme of gender and the possibilities of changes in teaching practice. The authors analyzed how the participants of the Specialization Course on Gender and Diversity at School - GDE have positioned themselves in the school context in the face of the challenge of deconstructing gender-exclusive practices. And they conclude that it is necessary a greater reflection on the part of / of the teachers so that they are critically positioned in face of gender exclusive practices. Al señalar el currículum oculto en la escuela y en la capacitación y orientación profesional de las mujeres, la autora destaca la importancia de la incorporación de la perspectiva de género en la educación y la perspectiva de género en la coeducación, ya que, aunque tienen un éxito cuantitativo en el sistema educativo, las mujeres continúan en situaciones de desigualdad en la educación profesional y superior y en el mundo del trabajo. Considerando que la empleabilidad es un concepto situado, y que múltiples ejes de diferencia cruzan los temas e impactan sus posibilidades de desarrollo laboral, argumenta que la nueva y compleja realidad del trabajo requiere nuevas miradas, conocimientos y habilidades complejas, como las mujeres. Finalmente, propone y hace explícito un modelo formativo, basado en habilidades laborales informadas por la perspectiva de género. La sección de artículos tiene seis textos que proponen reflejar y analizar diferentes dimensiones de los temas del cuerpo, el género, la sexualidad y el currículum. En el primer artículo, titulado “Entre lo que se sabe y lo que se hace: ¿cómo se han posicionado los docentes ante las prácticas de exclusión de género en el contexto escolar?”, Ana Cristina Batista de Souza Rosa, Daiane Lins da Silva Firino y Maria Eulina Pessoa de Carvalho discute la educación continua de los docentes en el tema de género y las posibilidades de cambios en la práctica docente. Los autores analizaron cómo los participantes del Curso de Especialización en Género y Diversidad en la Escuela - GDE se han posicionado en el contexto escolar frente al desafío de deconstruir prácticas exclusivas de género. Y concluyen que es necesario una mayor reflexión por parte de / de los docentes para que estén en una posición crítica frente a las prácticas exclusivas de género. Luego, en el artículo "Educación, género y sexualidad: caminos e inestabilidades para convertirse en investigador / investigador-maestro / maestro", Fernanda Figueredo dos Santos y Marcos Lopes de Souza presentan y discuten las provocaciones, conflictos y placeres de producir como docente e investigador en una intervención pedagógica sobre cuerpo, género y sexualidad realizada en la disciplina de Ciencias en una clase de Educación de Jóvenes y Adultos en la ciudad de Jequié-BA. Identifican preguntas y procesos de vigilancia con respecto al género y la sexualidad del maestro que "arriesga" discutir el tema, y ​​la demanda de un estándar heterosexual del maestro / maestro. Por otro lado, muestran cómo la intervención influyó en algunos / algunos estudiantes hacia el reconocimiento de las diferencias y consecuencias resultantes de procesos discriminatorios, como la homofobia. A su vez, el artículo "Género y educación docente: reflexiones de un maestro", de Jeane Félix, trae reflexiones tejidas a lo largo de su carrera como maestra y como asesora técnica en organismos de gestión federales, responsables de supervisar las acciones de capacitación. enseñanza inicial y continua, en diferentes ciudades y regiones del país. El autor argumenta sobre la importancia de incorporar la perspectiva de género en la enseñanza, basada en las dimensiones de los conocimientos, en un esfuerzo teórico-práctico para capacitar a los docentes capaces de intervenir en situaciones de violencia, falta de respeto, prejuicios. Y muestra que existen desafíos de diferentes órdenes que deben enfrentar conjuntamente las instituciones de educación superior, las políticas públicas y los propios maestros, con el objetivo de construir / inventar espacios educativos más plurales y menos desiguales. En "Eres un niño, ¿vas a jugar con muñecas, ¿verdad?" Las relaciones de género en la educación de la primera infancia ”, Francisca Jocineide da Costa e Silva, Adenilda B. Alves de Morais, Karina Ingredy Leite da Silva y Maria Eulina Pessoa de Carvalho presentan algunos resultados de un estudio realizado en un Centro de referencia de educación infantil (CREI ) en el municipio de João Pessoa-PB. Sobre la base de observaciones y entrevistas, los autores identificaron contradicciones y ambigüedades en los discursos y prácticas de los educadores, lo que demuestra que son conscientes de la necesidad de una política y práctica de este tipo, sin embargo, todavía separan y discriminan a los niños por sexo y género. Concluyen que, desde la administración hasta la enseñanza, existe una falta de conocimiento teórico sobre el tema de las relaciones de género y, en consecuencia, sobre la importancia de una política curricular comprometida con la superación de las desigualdades. Luego, el artículo “Marcas y aprendizajes de la heteronormatividad en las películas infantiles”, de Helma de Melo Cardoso, Anselmo Lima de Oliveira y Alfrancio Ferreira Dias, aborda la trilogía Toy Story con un enfoque en las discusiones sobre el concepto de heteronormatividad. Con base en un análisis ilustrado de las tramas y los personajes, los autores argumentan que las películas presentan naturalizaciones de los comportamientos femeninos y masculinos, delimitando los patrones socialmente aceptados de comportamiento de género, desde la separación de los juguetes de los niños y las niñas hasta los roles sexuales atribuidos a hombres y mujeres. mujer. Por el contrario, también perciben que las películas crean un espacio para la subversión y el cambio en la configuración de género dentro del patrón heteronormativo. Al cerrar la sección de artículos, Isaura Isabel Conte, en el texto "Sexualidad y salud en la percepción del Movimiento de Mujeres Campesinas", aborda el concepto de sexualidad y salud desde la perspectiva de las mujeres en el Movimiento de Mujeres Campesinas (MMC). Con este fin, considera fundamentalmente la inserción de los militantes en los procesos de capacitación, su aprendizaje y experiencias colectivas en las luchas que desencadenan y sostienen en una organización campesina y feminista. El autor señala que las mujeres campesinas están pasando de la estandarización a la emancipación, cambiando las formas de pensar sobre sí mismas, sus cuerpos y su sexualidad, rompiendo los estereotipos tanto en relación con el cuerpo de la mujer en los campos, como en relación con los estándares actuales del cuerpo femenino. impulsado por el consumismo. Este número de REC presenta la revisión titulada “¿Niña o niño? La construcción social de las identidades de género ”por Francisca Jocineide da Costa e Silva. El autor revisa el trabajo Boys and girls: learning about masculinities and femininities (2009) de la investigadora británica Carrie Paechter, quien reflexiona de manera amplia y detallada sobre la construcción de identidades de género desde el nacimiento hasta la juventud, especialmente en espacios familiares y escolares. Según Silva, el trabajo contribuye a explicar las construcciones y el aprendizaje de las identidades de género en diferentes grupos de edad, especialmente en el espacio escolar, evidenciado como un proceso continuo, inicialmente regulado por adultos hasta que los adolescentes los internalizaron como verdades; y para reforzar que las construcciones de identidades de género binarias y dicotómicas son socioculturales y pueden transformarse, ofreciendo varias sugerencias para intervenciones pedagógicas. La sección de Socialización de la Investigación de Socialización de PIBIC / PROLICEN está cubierta con el texto "Trayectoria de los Centros de Estudios de Mujeres y Relaciones de Género que son miembros de REDOR", escrito por Mayanne Júlia Tomaz Freitas y Maria Eulina Pessoa de Carvalho. En esta investigación, los autores recuperan la trayectoria y la memoria de los núcleos y grupos de estudios de género articulados a la Red de Estudios e Investigación Feminista del Norte y Nordeste sobre Mujeres y Relaciones de Género - REDOR. Argumentan sobre la importancia de crear grupos de investigación, grupos y redes centrados en el tema para legitimar un nuevo campo de conocimiento, destacando la contribución de REDOR a las regiones Norte y Nordeste, ya que permite el intercambio de conocimiento, en el contexto de la lucha. para la equidad de género. Finalmente, se incluyen tres resúmenes de trabajos que concluyen cursos de pregrado centrados en los temas del número, que ilustran el desarrollo de estudios sobre el cuerpo, el género y la sexualidad en la educación superior, particularmente en la formación inicial del profesorado: "Es bueno aprender": debates sobre género y diversidad sexual en los libros de texto de educación juvenil y de adultos ”, por Francisca Jocineide da Costa e Silva; "Autoconcepto de género en niños de la primera infancia", de Karina Ingredy Leite da Silva; y "¡Hola! tiene "viado, sapata ..." Género y sus nuevas expresiones en la escuela. ¿Y qué tiene que ver x pedagogx con él? Un análisis de la formación inicial de estudiantes del Curso de Pedagogía / UFPB campus I sobre los temas de género y diversidad sexual ”, de Antonis Pereira da Silva. Visto en su conjunto, los textos en este número proporcionan al lector una gran cantidad de temas sobre los estudios sobre el cuerpo, el género, la sexualidad y el plan de estudios, que muestran la riqueza de este campo de reflexión y su capacidad para integrar diferentes dominios y abrir el rango para un multiplicidad de enfoques empíricos, dejando al lector con pistas para volver a las preguntas teóricas a la luz de las diferentes realidades discutidas aquí. Consideramos que la exploración de estos temas en el plan de estudios constituye un desafío para todos los interesados ​​en la producción de conocimiento comprometido con los derechos humanos y los valores inclusivos, creando un campo discursivo para el análisis de la contribución de estos estudios a una cultura de pluralidad e igualdad. en la escuela y más allá En todas las experiencias reportadas, el imaginario que revela el deseo de ser otros en otro mundo, o incluso de estar en la frontera, haciéndolo más amplio está presente. ¡Buena lectura!