A proposição de diálogos entre saberes, como argumenta Boaventura de Sousa Santos (2010), a partir de uma ecologia de saberes, por exemplo, é uma alternativa para a emergência de conhecimentos e saberes “desconhecidos” pela ciência para se constituir como saber superior. Baseado na lógica cartesiana, “penso, logo existo”, o saber científico moderno constituiu-se como hegemônico sem dialogar com saberes subjetivos porque aqueles supostamente não pensam. Logo, a padronização do conhecimento, igualmente de arte, de cultura e até mesmo de educar (produção de conhecimentos), única e exclusivamente através da ciência que domina a escrita como modos prioritários de produção de saber, acabou por desqualificar os conhecimentos que emergem de saberes subjetivos onde escrever, crer, ser, sentir e saber, igualmente o de fazer e produzir conhecimentos não desvinculam razão e emoção. Considerando este argumento, a fim de evidenciar que por meio da Arte é possível produzir conhecimentos pela própria arte, especialmente se levarmos em consideração que a Arte é também uma disciplina que atua no saber transdisciplinar (disciplinar (SANTOS, 2010)) das Universidades, que a Arte é tão saber quanto qualquer disciplina nas Escolas e Universidades, este artigo pretende discutir a Formação de Professores sensíveis aos conhecimentos subjetivos como única alternativa para reconhecimentos de saberes múltiplos para desenvolvimento de um Trabalho Docente mediador. Quer dizer: baseado numa argumentação da descolonização do ato de educar, rediscutindo a subjetivação (padronização) de arte, de cultura e produção de conhecimentos ainda na atualidade proponho argumentar acerca de uma prática mediadora na Formação de Professores para o desenvolvimento de um Trabalho Docente em Arte que horizontalize os saberes, os fazeres, o ser e o sentir arte, cultura e conhecimentos exteriorizados pela imposição colonial do século XVI e presente ainda hoje através da colonialidade do poder instaurada com o advento da globalização no século XX. Ao certo, para tanto, me serão úteis reflexões descoloniais fronteiriças contramodernas que emergem em contextos onde a Formação de Professor e o Trabalho Docente, igualmente a compreensão de arte, de cultura e de conhecimentos estão quase na totalidade baseados na cientificidade da História da Arte no Ensino de Arte para descolonizar as fronteiras impostas por sistemas da Arte
The proposition of dialogues between knowledge, as Boaventura de Sousa Santos (2010) argues, based on an ecology of knowledge, for example, is an alternative for the emergence of knowledge and knowledge “unknown” by science to constitute higher knowledge. Based on Cartesian logic, “I think, therefore I am,” modern scientific knowledge has been constituted as hegemonic without dialogue with subjective knowledge because those supposedly do not think. Therefore, the standardization of knowledge, equally of art, culture and even of educating (knowledge production), solely and exclusively through science that dominates writing as a priority mode of knowledge production, eventually disqualified the knowledge that emerges from Subjective knowledge in which to write, to believe, to be, to feel and to know, to do and to produce knowledge, does not separate reason and emotion. Considering this argument, in order to show that through Art it is possible to produce knowledge by art itself, especially if we consider that Art is also a discipline that acts on the transdisciplinary (disciplinary (SANTOS, 2010)) knowledge of Universities, which Art is as knowledgeable as any discipline in Schools and Universities, this article aims to discuss the Formation of Teachers sensitive to subjective knowledge as the only alternative for recognizing multiple knowledge for the development of a Mediating Teaching Work. I mean: based on an argument of decolonization of the act of educating, rediscussing the subjectivation (standardization) of art, culture and knowledge production still at the present time I propose to argue about a mediating practice in Teacher Training for the development of a Teaching Work in Art that horizons knowledge, doing, being and feeling art, culture and knowledge externalized by the colonial imposition of the 16th century and still present today through the coloniality of power established with the advent of globalization in the 20th century. To this end, it will be useful for me to find counter-modern decolonial frontier reflections that emerge in contexts where Teacher Education and Teaching, as well as the understanding of art, culture and knowledge are almost entirely based on the scientificity of Art History in the world Art teaching to decolonize the boundaries imposed by art systems.