Neste texto, busca-se evidenciar que a Unesco, por meio de relatórios e, principalmente, de conferências sobre educação superior, tem disseminado os princípios da reforma do Processo de Bolonha a outros contextos educacionais para além da Europa, motivando revisões nos sistemas de educação superior de outras nações, de modo que se tornem compatíveis com a estrutura prevista para o Espaço Europeu de Educação Superior (EEES). O que se questiona, contudo, são os interesses subjacentes das ações da Unesco, considerando que o Processo de Bolonha tem defendido uma concepção de educação superior como serviço de base comercial e que se insere no objetivo de reestabelecer a Europa como a “economia mais dinâmica e competitiva do mundo baseada no conhecimento”.
This text, seeks to show evidence that Unesco, through reports and, mainly, of conferences about superior education, has disseminated the principles of the reform of the process of Bolonha to the other education contexts for besides Europe, motivating revisions in the systems of superior education of other nations, so that they become compatible with the structure foreseen for the European Higher Education Area (EHEA). What is questioned, however, are the underlying interests of the actions of Unesco, considering that the process of Bolonha has been defending a conception of superior education as service of commercial base and which fall within the objective to re-establish Europe as the “economy most dynamic and competitive in the world based in the knowledge”.
Dans ce texte, nous cherchons à démontrer que l’UNESCO, à travers des rapports et surtout des conférences sur l’enseignement supérieur, dissémine les principes de la réforme du processus de Bologne à d’autres contextes éducatifs au-delà de l’Europe, ce qui incite les révisions dans les systèmes éducatifs d’autres nations, afin qu’ils deviennent compatibles avec la structure prévue pour l’espace européen de l’enseignement supérieur (EEES). Ce qui est remis en cause, cependant, sont les intérêts sous-jacents des actions de l’UNESCO, alors que le processus de Bologne a défendu une conception de l’enseignement supérieur comme un service de base commercial et qui relève l’objectif de rétablir l’Europe comme « l’économie la plus dynamique et concurrentielle du monde fondée sur la connaissance ».