O desenvolvimento de estudos e de aplicações envolvendo o uso de tecnologias em educação e reabilitação de pessoas com deficiência são,no geral,centrados em situações locais e tra-tam de incapacidades específicas.Servem para compensar dificuldades de adaptação,cobrindo déficits de visão,audição,mobilidade,compreensão e outros.Projetos,protótipos e instrumental dessa natureza conse-guem reduzir as incapacidades,atenuar as dificuldades,fazem falar,andar ouvir,ver,aumentam as possibilidades de aprender.Mas isto só não basta.O que é o falar sem o ensejo e o desejo de nos comunicarmos uns com os outros?O que é o andar senão podemos traçar nossos próprios caminhos, para buscar O que desejamos , para explorar o mundo que nos cerca?O que é o aprender sem uma visão crítica,sem viver a aventura fantástica da construção do conhecimento? E criar,aplicar o que sabemos,sem as amarras dos treinos e dos condicionamentos?Daí a necessidade de uma aproximação cada vez maior entre o sempre endimentos das áreas de atendimento às pessoas com deficiência e os que derivam da utilização de recursos tecnológicos. A proposta é de um encontro dessas áreas,que ao integrar seus conhecimentos,buscando complementos e interfaces umas nas outras,poderão convir melhor às pessoas que temporariamente estejam necessitando de recursos especiais para viver.A ciência tem sido uma grande parceira dos movimentos sociais que atuam no sentido de criar condições propícias à educação e aos suportes de toda a ordem que a pessoa com deficiência necessita,para ultrapassar suas in-capacidades e melhorar sua qualidade de vida como um todo.Mas, insistimos, isto só não basta.Essa parceria não tem sido suficiente para enfrentar situações que envolvem a marginalização e o isolamento das pessoas com deficiência,ou seja,a exclusão por razões de ordem política, social, econômica e cultural. Para garantir a todas as pes-soas, indistintamente, uma vida de qualidade e para que todos possamos compartilhar dos avanços científicos e tecnológicos de uma dada época,a sociedade precisa estar fundada em princípios de igualdade,de interdependência e reconhecer e aceitara diversidade humana, em todas as suas manifestações.Em uma palavra, precisamos somar competências, produzir tecnologia,aplicá-la à educação, à reabilitação,mas com propósitos muito bem definidos e a partir de princípios que recusam toda e qualquer forma de exclusão social e toda e qualquer atitude que discrimine e segregue as pessoas, mesmo em se tratando das situações mais cruciais de apoio às suas necessidades.