A autoexclusão na educação matemática pode ser conceitualizada como a exclusão do discurso matemático pelos estudantes. Embora autoexclusão já tenha sido relatada em várias publicações, ela ainda não foi empiricamente contrastada com práticas de ensino e analisada por suas implicações sociopolíticas. Este artigo pode ser entendido como um estudo exploratório para um primeiro acesso à investigação sobre as conexões mencionadas acima. Depois de introduzir o conceito de autoexclusão com base em pesquisas anteriores e situá-lo sociopoliticamente, este artigo usa a teoria do discurso para examinar questionários e entrevistas sobre a relação de estudantes do ensino secundário de escolas Alemãs, com a matemática. Deste modo, é mostrado que a autoexclusão da matemática pode resultar da rejeição dos pressupostos básicos do pensamento matemático, das experiências humilhantes e das práticas de ensino que ignoram a individualidade dos estudantes. Além disso, é mostrado que os estudantes autoexcluídos não são necessariamente passivos e vítimas indefesas de suas experiências educacionais. Muitas vezes eles desempenham um papel ativo e reflexivo na definição de sua relação com a matemática. Eventualmente, as possibilidades de ação são discutidas.
Auto-exclusion from mathematics education can be conceptualised as the exclusion from the mathematical discourse by the learner. While auto-exclusion has been reported in several publications, it has not yet been empirically contrasted with teaching practices and analysed for its socio-political implications. This paper can be understood as an exploratory study to gain a first research access on the above-mentioned connections. After introducing auto-exclusion on the basis of previous research and situating it socio-politically, this paper uses discourse theory to examine texts from questionnaires and interviews with secondary school students from Germany on their relationship to mathematics. Thereby, it is shown that auto-exclusion from mathematics can result from a rejection of basic assumptions of mathematical thinking, from humiliating experiences, and from teaching practices that disregard the students‟ individuality. Furthermore, it is shown that autoexcluded students are not necessarily passive and helpless victims of their educational experiences but often play an active and reflective role in defining their relationship to mathematics. Eventually, possibilities to take action are discussed.