Dialogar sobre as relações étnico-raciais ainda não é um debate que possamos situar como encerrado, haja vista a continuidade de práticas racistas e discriminatórias presentes na sociedade. Inúmeros são os casos de racismos individuais e institucionais que acometem grande parte da população brasileira. É fato que temos avançado, desde a intensiva atuação dos movimentos negros, bem como do ativismo e agência de negros e negras a favor de uma sociedade livre do racismo, da discriminação e do preconceito racial. Sem pretender desconsiderar as ações já emergentes no campo da luta contra o racismo na esfera da educação formal, este artigo busca trazer contribuições e reflexões no âmbito do potencial das autoetnografias negras como um caminho epistemológico, teórico e metodológico em prol de um currículo escolar enegrecido e enegrecedor. Assim, o presente texto visa trazer apontamentos sobre como podemos utilizar as autoetnografias negras como referencial na e para uma educação antirracista, colocando ao centro vozes discentes e docentes na construção de outros caminhos possíveis, que lhes caibam, conheçam e reconheçam.
Dialogue about ethnic-racial relations is not yet a debate that we can consider closed, given the continuity of racist and discriminatory practices present in society. There are countless cases of individual and institutional racism that affect a large part of the Brazilian population. It is a fact that we have advanced, through the intensive action of black movements as well as the activism and agency of black men and women in favor of a society free from racism, discrimination and racial prejudice. Without intending to disregard the actions already emerging in the field of the fight against racism in the sphere of formal education, this article seeks to bring contributions and reflections within the scope of the potential of black autoethnographies, as an epistemological, theoretical and methodological path in favor of a blackened school curriculum and blackening. Thus, this text aims to bring notes on how we can use black autoethnographies as a reference in and for anti-racist education, placing student and teacher voices at the center in the construction of other possible paths that suit them, know them and recognize them.
El diálogo sobre las relaciones étnico-raciales aún no es un debate que podamos considerar cerrado, dada la continuidad de prácticas racistas y discriminatorias presentes en la sociedad. Son innumerables los casos de racismo individual e institucional que afectan a gran parte de la población brasileña. Es un hecho que hemos avanzado, a través de la acción intensiva de los movimientos negros, así como del activismo y la agencia de hombres y mujeres negros a favor de una sociedad libre de racismo, discriminación y prejuicios raciales. Sin pretender desconocer las acciones ya emergentes en el campo de la lucha contra el racismo en el ámbito de la educación formal, este artículo busca traer aportes y reflexiones en el ámbito de las potencialidades de las autoetnografías negras, como camino epistemológico, teórico y metodológico en favor de un currículum escolar ennegrecido y ennegrecidor. Así, este texto pretende traer notas sobre cómo podemos utilizar las autoetnografías negras como referente en y para la educación antirracista, colocando las voces de estudiantes y docentes en el centro en la construcción de otros caminos posibles que les convengan, los conozcan y los reconozcan.