Johann Friedrich Theodor Müller, mais tarde conhecido simplesmente como Fritz
Müller, nasceu na Turíngia (Alemanha) no limiar do século XIX. Criado num ambiente
religioso, mas que valorizava a ciência e a cultura desde o medievo, propiciou na
família a formação de pesquisadores e cientistas de destaque. Frequentando as
universidades alemãs de Berlim de Greifswald, Fritz Müller tornou-se um crítico do
sistema político e religioso de sua época participando ativamente da Primavera dos
Povos em 1848, na Europa. Este envolvimento fechou-lhe muitas possibilidades de
emprego e o desalento com o resultado, instigou-o a emigrar. No Brasil em 1852,
precisamente em Santa Catarina instalado como imigrante e colono, dividido entre a
enxada e o microscópio, dedicou-se a inúmeras pesquisas voltadas à flora e fauna da
Mata Atlântica, inclusive contribuindo com outros cientistas europeus. O mais
destacado deles, Charles Darwin, o reconhecia como o “Príncipe dos Observadores”
pelo seu relevante trabalho para comprovação da teoria da evolução das espécies. Na
capital da Província, professor entre os anos de 1857 a 1867, deixou seu legado na
formação de meia centena de alunos que se tornaram intelectuais, políticos, jornalistas e
escritores.