NO QUILÔMETRO SETECENTOS E POUCOS da estrada que liga Abu Simbel a Aswan, ônibus de turismo fazem uma parada para que os passageiros possam contemplar mais um entre tantos prodígios oferecidos pelo deserto lábio. O horário quase não varia, ou não variava naquele outubro de 1996, quando a proximidade da fronteira do Egito com o Sudão impunha que se viajasse por ali em caravana, com escolta policial. Aiman, nosso guia egípcio, não duvidava que veríamos o que prometera três dias antes, em Luxor: a miragem.