Caminhar entre sulcos na terra, aprender com as visualidades camponesas

Revista Brasileira de Educação do Campo

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ISSN: 25254863
Editor Chefe: Gustavo Cunha de Araujo
Início Publicação: 31/07/2016
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

Caminhar entre sulcos na terra, aprender com as visualidades camponesas

Ano: 2024 | Volume: 9 | Número: Não se aplica
Autores: L. de S. Silva, P. P. de Queiroz
Autor Correspondente: L. de S. Silva | [email protected]

Palavras-chave: visualidades camponesas, espacialidades, cultura e educação popular.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As visualidades camponesas emergem como um campo de disputas, constituindo práticas estéticas e educativas que desafiam narrativas hegemônicas vinculadas a territórios rurais. Tal qual sulcos na terra, carregam em si marcas de conhecimento popular, resistência e imaginação da vida. Nessa trilha, esse trabalho tem como objetivo compreender como as visualidades no assentamento Zumbi dos Palmares (RJ) contribuem para processos estético-educativos na/da sua espacialidade. Para isso, propõe-se o diálogo teórico-conceitual entre os estudos da Cultura Visual, das Espacialidades e da Cultura e Educação Popular, somados a um exercício de leituras de visualidades coletadas em campo. A metodologia participativa possibilitou a coleta de dados e orientou a discussão que revela a espacialidade do assentamento como um território de resistência, criação e invenção estética. Os resultados da investigação mostram que as visualidades camponesas contribuem para a formação estético-educativa das pessoas envolvidas na vida do assentamento, ao mesmo tempo que desafiam e reconfiguram discursos dominantes sobre cultura e ensino no campo. Assim, a investigação reafirma as relações entre cultura visual e educação popular na construção de epistemologias contra hegemônicas que potencializam a autonomia e a resistência dos sujeitos no campo.



Resumo Inglês:

Peasant visualities emerge as a field of disputes, constituting aesthetic and educational practices that challenge hegemonic narratives about the rural environment. Like furrows in the ground, they bear the marks of popular knowledge, resistance and the imagination of life. Following this path, the objective of this study is to understand how visualities in the Zumbi dos Palmares settlement (RJ) contribute to aesthetic-educational processes within his spatiality. To achieve this, a theoretical-conceptual dialogue is proposed, integrating studies in Visual Culture, Spatialities, and Popular Culture and Education, combined with an exercise in reading visualities collected in the field. The participatory methodology enabled data collection and guided the discussion, revealing the settlement's spatiality as a territory of resistance, creation, and aesthetic invention. The results of the research show that peasant visualities contribute to the aesthetic-educational formation of the people involved in the life of the settlement, at the same time as they challenge and reconfigure dominant discourses on culture and education in rural areas. Thus, the research reaffirms the relationship between visual culture and popular education in the construction of counter-hegemonic epistemologies that enhance the autonomy and resistance of people in the countryside.



Resumo Espanhol:

Las visualidades campesinas emergen como un campo de disputas, constituyendo prácticas estéticas y educativas que desafían las narrativas hegemónicas sobre el medio rural. Como surcos en la tierra, llevan las marcas del conocimiento popular, la resistencia y la imaginación de la vida. En este camino, el objetivo de este estudio es comprender cómo las visualidades en el asentamiento Zumbi dos Palmares (RJ) contribuyen a los procesos estético-educativos dentro su espacialidad. Para ello, se propone un diálogo teórico-conceptual que integra los estudios de Cultura Visual, Espacialidades y Cultura y Educación Popular, sumado a un ejercicio de lectura de visualidades recogidas en el campo. La metodología participativa permitió la recolección de datos y orientó la discusión, revelando la espacialidad del asentamiento como un territorio de resistencia, creación e invención estética. Los resultados de la investigación muestran que las visualidades campesinas contribuyen a la formación estético-educativa de las personas implicadas en la vida del asentamiento, al tiempo que desafían y reconfiguran los discursos dominantes sobre la cultura y la educación en las zonas rurales. De esta forma, la investigación reafirma la relación entre la cultura visual y la educación popular en la construcción de epistemologías contrahegemónicas que potencien la autonomía y la resistencia de la gente del campo.