As práticas pedagógicas disseminadas no cotidiano escolar respondem/correspondem a uma concepção de cognição que expulsa dos bancos escolares a imaginação, o rememorar, a herança cultural e os modos de fazer de todos aqueles que não se limitam a quantificar e ou pensar de forma a classificar, segregar, separar e ordenar o conhecimento. O modelo cognitivo escolar deixa de fora possibilidades de conhecer de diferentes grupos sociais que beberam em outra tradição, desprezando suas formas de aprender, colocando a margem outros conhecimentos e outros processos cognitivos. A busca por práticas pedagógicas mais justas dá visibilidade à injustiça cognitiva, que se faz sentir na escola quando os sistemas de significação, os saberes e as práticas culturais são sufocados ou historicamente desvalorizados em nome do progresso ou de uma única forma de ser e estar no mundo. Questionar o modelo de conhecimento fundado na representação é questionar o fracasso da escola. Na pesquisa nos dobramos sobre as questões relativas à formulação de novas possibilidades para a ação educativa da escola a partir da revisão-ampliação do conceito de cognição, articulando-o a uma perspectiva polÃtico-epistemológica fundada na concepção de injustiças cognitiva.